Num movimento surpreendente, o Banco Central de Reserva do Peru (BCRP) manteve a taxa de juro inalterada em 5,75% em 13 de junho de 2024.
Anteriormente, a taxa havia sofrido oito cortes, partindo de uma alta de 7,75%. Esta decisão foi inesperada, pois nove dos doze analistas previram um corte adicional de 0,25%.
Apenas três anteciparam uma taxa estável, alinhada com a inflação de Maio, dentro da meta do banco.
A inflação caiu para 2,0% em maio, ante 2,4% em abril, atingindo a meta. No entanto, a inflação subjacente, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu ligeiramente de 3,0% para 3,1%.
Este aumento, principalmente nos serviços, influenciou a decisão de manter a taxa. A economia peruana contraiu 0,6% no final de 2023.
Esta recessão suscitou pedidos de reduções aceleradas das taxas para impulsionar o crescimento. O BCRP observou vários factores na sua tomada de decisão.
A inflação global diminuiu geralmente entre o segundo trimestre de 2022 e 2023, com algumas taxas elevadas persistentes em certas economias.
Além disso, as expectativas de inflação do Peru nos últimos doze meses caíram de 2,62% em Abril para 2,56% em Maio, permanecendo dentro do intervalo desejado.
O BCRP prevê que a inflação anual se estabilize em torno do ponto médio da meta num futuro próximo.
Dados recentes mostram melhorias nas condições actuais, embora as expectativas económicas permaneçam mistas.
A nível mundial, espera-se um crescimento económico moderado, juntamente com uma diminuição das pressões inflacionistas.
No entanto, os mercados financeiros ainda estão instáveis devido às incertezas nas políticas monetárias globais e aos conflitos internacionais em curso.
No dia da decisão do BCRP, a cotação do dólar americano situava-se em S/3,77, marcando uma depreciação de 1,83% da moeda local desde o início do ano.
Este cenário financeiro realça o desafio do banco central em equilibrar o controlo da inflação com o apoio económico.