A aquicultura ultrapassa agora a pesca selvagem na produção global, informa a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Apresentado na Costa Rica, o relatório mostra um momento crucial na história da produção alimentar.
Os números são convincentes. Em 2022, a produção total da pesca e da aquicultura atingiu um pico de 223,2 milhões de toneladas, um aumento de 4,4% em relação a 2020.
Notavelmente, só a aquicultura contribuiu com 130,9 milhões de toneladas. Os animais aquáticos representaram 94,4 milhões de toneladas, representando 51% da produção total da aquicultura.
Manuel Barange, Diretor-Geral Adjunto da FAO, esclarece estes números.
Ele salienta que o rápido crescimento da aquicultura beneficia o ambiente ao reduzir a pressão sobre a pesca oceânica.
Este sector está a expandir-se globalmente 5% todos os anos desde 2000, e ainda mais rapidamente na América Latina e nas Caraíbas, com 8%.
Além disso, Barange argumenta que o crescimento da aquicultura poderia mitigar significativamente a fome e a desnutrição globais.
Com a expectativa de que a população mundial atinja quase 10 mil milhões até 2050, as fontes alimentares sustentáveis, como os alimentos aquáticos, são críticas.
A aquicultura assume a liderança sobre a pesca tradicional: uma nova tendência global
Um número significativo de 90% da produção aquícola tem origem na Ásia, sugerindo um enorme potencial de crescimento em regiões como África e América Latina.
A China lidera o ataque, contribuindo com 36% para a produção global, seguida pela Índia, Indonésia, Vietname e Peru.
Barange aplaude o progresso da China na aquicultura sustentável nas últimas três décadas. Sendo o maior exportador de peixe, a China está a aperfeiçoar as suas práticas para cumprir os objectivos de sustentabilidade.
Esta expansão da aquicultura não só promete fontes alimentares mais sustentáveis, mas também aumenta o emprego.
Mais de 61,8 milhões de pessoas em todo o mundo trabalham neste setor, oferecendo um farol de esperança económica para muitos.
Este aumento na aquicultura assinala um ponto de viragem. Destaca a necessidade de práticas sustentáveis à medida que nos aproximamos de uma conjuntura crítica na alimentação de uma população global crescente.
O relatório não trata apenas de números; é um roteiro para a futura segurança alimentar e gestão ambiental.