O grupo World Weather Attribution, que reúne os principais cientistas do clima de diversos países, aponta em um novo estudo que as mudanças climáticas induzidas pelo homem não apenas dobraram as chances de inundações extremas no Rio Grande do Sul, mas também dobrarão o risco atual. novamente dentro de 20 a 30 anos, se as emissões de carbono não forem “rapidamente interrompidas”.

O estado foi devastado por fortes chuvas entre o final de abril e o início de maio, em cerca de 90% do seu território. Mais de 580 mil pessoas ficaram deslocadas nas cheias resultantes e 172 morreram.

No documento, especialistas do Brasil, Holanda, Reino Unido e EUA afirmam que eventos deste tipo são “extremamente raros” no clima atual, com períodos de retorno de 100 a 250 anos. “Mas sem o efeito da queima de combustíveis fósseis, teria sido ainda mais raro”, diz o comunicado de imprensa.

Além da probabilidade, também avaliaram mudanças na intensidade das chuvas, encontrando um aumento de 6 a 9 por cento “devido à queima de combustíveis fósseis”.

“As mudanças climáticas estão amplificando o impacto do El Niño no sul do Brasil ao tornar um evento extremamente raro mais frequente e intenso”, diz Regina Rodrigues, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina e membro da rede World Weather Attribution.

Em maio, como O Relatório Brasileiro explicou, um grupo de pesquisadores do Laboratório de Ciências do Clima e Meio Ambiente (LSCE), com sede na França, afirmou que as evidências sugerem que “as mudanças que vemos no evento (Rio Grande do Sul) em comparação com o passado podem ser devidas à ação humana”. climáticas impulsionadas, com uma pequena contribuição da variabilidade natural”, numa referência ao fenómeno natural El Niño.

No entanto, de acordo com o grupo The World Weather Attribution, o papel do El Niño por si só é “comparavelmente grande”. Eles estimam que aumentou a probabilidade do evento por um fator de 2 a 5 e tornou as chuvas 3 a 10 por cento mais intensas.

O estudo destaca ainda que as consequências das fortes chuvas foram agravadas pelas questões de uso do solo, como o desmatamento pelo setor agrícola e as más ocupações nas margens dos rios, bem como pelo despreparo da infraestrutura de proteção contra inundações, bem como O Relatório Brasileiro mostrou.

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