Três advogados, além de servidores públicos e policiais militares são alvos de ação nesta quarta-feira

Parte de drogas apreendidas durante investigação (Foto: Divulgação | Gaeco)

A OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mato Grosso do Sul informou que está acompanhando as diligências do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrada na manhã desta quarta-feira (24). A ação tem como alvos servidores públicos, policiais militares e advogados envolvidos no tráfico de armas e drogas.

Em nota, a OAB informou que a Comissão de Defesa e Assistência da instituição esteve presente durante os cumprimentos de mandatos de prisão preventiva e busca e apreensão. Ao todo são aproximadamente 40 suspeitos de envolvimento na quadrilha liderada por Rafael da Silva Lemos, o “Gazela” ou “Patrão”, sendo três deles advogados.

A instituição também afirma que adotará todas as medidas legais cabíveis, inclusive disciplinares, “respeitando sempre o direito à ampla defesa e contraditório, bem assim como as prerrogativas da advocacia”, finaliza a nota.

Operação –A ação é desmembramento de outra investigação, da Operação Courrier, que chegou a prender um defensor público de Mato Grosso do Sul, em maio do ano passado. A Operação Last Chat cumpre hoje 55 mandados judiciais, de prisão preventiva e busca e apreensão, em Campo Grande, Ponta Porã, São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), uma quadrilha integrada por cerca de 40 pessoas contava com uma rede sofisticada de distribuição. “Simultaneamente ao tráfico de drogas, a organização criminosa atua fortemente no comércio ilegal de armas de grosso calibre, como fuzis e submetralhadoras, além de granadas, munições, acessórios e outros materiais bélicos de uso restrito”, diz trecho de nota do MP.

Para lavar o dinheiro relacionado a crimes, a quadrilha utilizava diferentes métodos. “(…) como a constituição de empresa fictícia, uso de contas bancárias de terceiros, aquisição de veículos de alto valor econômico em nome de terceiros (Porsche, caminhões etc.), entre outros”.

As atividades são coordenadas por Rafael da Silva Lemos, contra quem pesam condenações criminais que somam mais de 49 anos de prisão. Para liderar a organização criminosa dentro da cadeia, ele utilizou celulares “de entrevistas reservadas com advogados que se prestavam a repassar os comandos de crimes a diversos membros do grupo”.

Como investigações – As apurações do Gaeco resultaram da análise do celular apreendido com uma advogada presa durante a Operação Courrier, mas beneficiada com prisão domiciliar dias depois. Rafael a contatou por mensagens para a prática de obstrução de investigações, lavagem de dinheiro, corrupções, entre outros crimes.

No decorrer dos trabalhos, foi possível identificar mais de 4 toneladas de maconha, mais de 3 mil comprimidos de ecstasy, centenas de munições e carregadores de fuzil de calibre 762 e pistolas calibre 9 milímetros, pertencentes à organização criminosa – tudo apreendido em ações policiais. De acordo com o levantamento realizado pelo Gaeco, as apreensões geraram um prejuízo ao crime organizado superior a R$ 9 milhões.

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