Corrida na quarta-feira (24), confronto foi registrado em vídeo e gerou repercussão nas redes sociais

Fachada da USF Dra. Soni Lydia Souza Wolf, no Jardim das Macaúbas (Foto: Reprodução/Google Maps)

“A vítima fui eu, ela esclareceu comigo e fiquei sem acontecimento”, diz a paciente Lara Gabriela Sales Martins, de 34 anos, que explicou ao Notícias Campo Grande o “outro lado” da brigada de corrida na USF (Unidade de Saúde da Família) Dra. Soni Lydia Souza Wolf, no Jardim das Macaúbas, em Campo Grande, na quarta-feira (24).

De acordo com Lara, ela já estava sob acompanhamento médico para tentar engravidar na USF Dr. Wagner José Bortotto Garcia, no Residencial Mário Covas. No entanto, durante a sua consulta de retorno, em 17 de abril, recebeu a notícia de que a sua médica estava de atestado.

“Me disseram que iriam ligar para remarcar essa consulta de retorno. Passou uma semana e ninguém ligou. Fiquei preocupada, pois o exame mostrou uma pequena alteração na minha vitamina B12”, explica Lara.

Na manhã de terça-feira (23), Lara procurou a gerência da USF Sebastião Luiz Nogueira, onde mora, para saber como proceder. Foi informado de que poderiam ter os exames avaliados na USF Macaúbas, por meio de um encaixe.

É importante ressaltar que, devido à reforma da USF Sebastião Luiz Nogueira, as equipes médicas estão atendendo na USF Macaúbas e na USF do Mário Covas, conforme explicado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Já na quarta-feira (24), ao chegar à USF Macaúbas, Lara foi encaminhada inicialmente para conversar com uma enfermeira para avaliar os exames, mas o problema começou neste primeiro contato.

Quando expliquei que gostaria que alguém olhasse os exames, ela logo disse: ‘Eu não vou te atender. Aqui tem gente com hipertensão’. Tentei explicar que só queria que alguém olhasse os exames, mas ela não deixou eu falar e mandou eu ir embora. Fiquei sem fato e saí chorando”, relata Lara.

Depois do incidente, Lara foi gerenciada pela USF de Los Angeles e conseguiu marcar uma consulta. “Lá também fui orientado a procurar a ouvidoria, para procurar os meus direitos e remarquei a consulta. Mas ainda estava abalada com a situação”.

“Reação de indignação” – De volta para casa, Lara relata que fez a permissão para a Ouvidoria e explicou a situação para o marido. Ele sugeriu que fosse à USF Macaúbas para tentar entender a situação. “No local, fomos direto onde o servidor estava. Meu marido chegou lá questionando por que ela havia tratado mal a minha esposa. Ela mencionou o dedo na cara dele, começou a gritar e isso o deixou alterado”.

Nesse momento, conforme noticiado anteriormente, o confronto foi registrado em vídeo por pacientes que aguardavam atendimento. No vídeo, é possível ouvir o homem gritar “ela vai aprender a trabalhar hoje”, enquanto você anda pela unidade de saúde.

De acordo com Lara, seu esposo de fato comum com o servidor, mas ela alega que foi uma “reação de indignação”. “Ele falou, chamou a Polícia Militar para falar com o meu esposo. Depois disso fui atendido e meu esposo foi conversar com os policiais. Na verdade, isso foi um fato de indignação. Após isso, até disseram que deveríamos abrir um registro interno na Sesau”.

Com a repercussão do vídeo nas redes sociais, Lara diz estar indignada com a forma como a situação tem sido tratada. “A gente fica refém dessa situação, porque não podemos gravar e é a nossa palavra contra eles. Mas no caso, a vítima sou eu. Foi uma humilhação”.

Outra versão – Segundo relato de uma testemunha, apresentada apenas como Miranda, de 28 anos, o episódio ocorreu por volta das 9h. De acordo com ela, o homem ficou descontrolado após receber a notícia de que sua esposa não poderia ser encaixada para uma consulta naquele momento.

“O que aconteceu foi que a esposa dele veio mais cedo ao posto para tentar um encaixe com o médico a fim de mostrar exames, porém não havia mais vagas. Nesse momento, a enfermeira o dispensou. Ele começou a gritar e quase a agrediu” , explica Miranda.

Após a confusão, muitos funcionários solicitaram uma intervenção de segurança. Conforme relato da testemunha, somente com a chegada da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e da PM (Polícia Militar) que o indivíduo se acalmou.

O que diz a Sesau – Sobre a conduta do servidora, a Sesau explicou que todas as denúncias e reclamações são avaliadas pela Ouvidoria. Entretanto, a necessidade de afastamento ou aplicação de medida disciplinar em relação ao servidor ainda será avaliada.

“Em caso de reclamação contra algum servidor ou serviço, primeiramente é aberto um processo administrativo e posteriormente uma sindicância. Neste caso em específico, o servidora deverá ser ouvido para entender a situação”, explica a assessoria da Sesau.

A Sesau também reforça que suas unidades operem com dois modelos de atendimento: agendamento e demanda espontânea. No processo habitual, a avaliação de exames é geralmente realizada no retorno do paciente. Após uma consulta, o paciente é encaminhado para exames e retorna já com uma data marcada para envio.

Em relação ao atendimento por demanda espontânea, conhecido como encaixe, a Sesau esclarece que, caso o número de encaixes para o dia já tenha sido alcançado, os pacientes são orientados a retornar em outros dados. “É importante deixar claro que não há orientação para recusa de atendimento”, explica a assessoria da Sesau.

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