Ex-coordenadora e duas cuidadoras da Casa de Acolhimento Doce Lar concordaram em acordo de não perseguição cível

Sede da Secretaria de Assistência Social de Brasilândia. (Foto: Prefeitura de Brasilândia)

Acusadas de maus tratos e violência psicológica contra crianças e adolescentes acolhidas em abrigo na cidade de Brasilândia, a 355 Km de Campo Grande, três cuidadoras vão ter que pagar R$ 13.834,83 ​​ao Funles (Fundo de Defesa e Reparação de Interesses Difusos e Lesados ). O Ministério Público de Mato Grosso do Sul iniciou a investigação do caso após denúncia do Conselho Tutelar do município, em abril de 2021.

Eles discutiram acordo de não perseguição cível com o MP para não terem que responder por ato de improbidade administrativa e evitar a tramitação de uma ação civil pública. Entretanto já respondemos a ação na Justiça pelo crime de maus tratos que estão em sigilo.

Entre as mulheres acusadas de maus tratos está uma ex-coordenadora da Casa Acolhedora Doce Lar, e duas cuidadoras. Todas foram exoneradas pela prefeitura ainda em 2021. Segundo o promotor de Justiça do caso, Adriano Barrozo da Silva, elas cometeram ato de improbidade administrativa por descumprirem pressupostos previstos em suas atuações junto à Casa Lar.

Foto: Reprodução inquérito
Foto: Reprodução inquérito

Conforme o inquérito, as testemunhas corroboraram para o entendimento de que as mulheres agiam em desconformidade com as crianças. O caso veio à tona quando adolescente abrigada no local, na época com 18 anos e nas vias de saída de lá, fugiu da Casa Lar e procurou as autoridades para relatar os problemas que ocorriam no local. Houve inclusive criança que ficou sem alimentação como forma de sofrimento por desobediência.

Em um dos casos relatados e comprovados pelo MP, está o fato de xingamentos e falta de zelo das cuidadoras terem sido informadas ao então coordenadora, que disse não haver provas para que ela pudesse tomar alguma atitude contra. Em outras graças chegou a dizer que levaria os casos à Secretaria de Assistência Social, mas sem nenhuma medida foi tomada.

Uma das cuidadora teria inclusive sufocada uma das crianças, com cerca de dois anos, com um travesseiro, porque ela não parava de chorar e nem mesmo esse tipo de acusação fez a ex-coordenadora tomar alguma atitude. A mesma criança, no dia seguinte ao suposto sufocamento, apareceu com marcas de sangue na cabeça, como se fossem “unhadas” e nada foi feito.

Foto: Inquérito
Foto: Inquérito

Depoimentos de testemunhas também disseram que as cuidadoras, sob aprovação do coordenadora, mandavam dois adolescentes ainda acolhidos – entre elas a menina que denunciou o caso – baterem nas menores e que em outra situação, uma das cuidadoras bateu na cabeça de uma das crianças com uma tampa e uma escumadeira.

A Polícia Civil também acompanhou a situação e encaminharam o caso ao Judiciário. Por parte da Prefeitura de Brasilândia, houve sindicância e três foram exoneradas de suas cargas ainda em 2021.

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