São Paulo – Quase metade Áfricaa população segue a religião islâmica. As exportações brasileiras de produtos halal para o continente estão aumentando significativamente, e mesmo países africanos que não são predominantemente muçulmanos procuram produtos certificados. Os produtos e serviços Halal são fabricados de acordo com as leis do Islã e adequados para consumo por muçulmanos.

Gomes moderou painel sobre halal

A importância dos mercados africanos para produtos e serviços halal foi o tema do painel “Mercado Halal: Oportunidades e Parcerias no Brasil e na África” desta terça-feira (31) no Fórum Brasil África, moderado pela diretora de Marketing e Conteúdo da Câmara Árabe-Brasileira (ABCC), Silvana Gomes. O fórum é realizado pelo Instituto Brasil-África.

De acordo com Gomes, o Brasil exportou US$ 8 bilhões em produtos halal para países africanos em 2022, um aumento de 35% em relação ao ano anterior. “Ainda assim, existem inúmeras oportunidades inexploradas neste mercado”, disse o diretor ao público do fórum. Segundo ela, 30 países da África têm populações de maioria islâmica.

Segundo o vice-presidente da certificadora FAMBRAS Halal, Ali Zoghbi, que foi um dos palestrantes, atualmente, toda a África consome halal. “Percebemos que os países com uma minoria islâmica querem produtos com certificação halal”, disse ele. O diretor de Novos Negócios da ABCC, Estevão Margotti de Carvalho, apoiou a afirmação. “A procura de produtos halal está a crescer não só nos países de maioria muçulmana, mas também nos países de maioria cristã”, disse ele.

Enquanto isso, Zoghbi lembrou que o Brasil é atualmente o maior produtor e exportador de proteína halal e um player essencial no fornecimento global de alimentos halal. O gerente de Inteligência de Mercado do lobby brasileiro da carne ABPA, Laiz Foltrandisse que o Brasil abriu recentemente um novo mercado africano para aves, a Argélia, um país muçulmano.

Ali Zoghbi: Tecnologia e rastreabilidade para halal

Os especialistas falaram sobre algumas iniciativas e projetos em halal. Um deles foi o Projeto Halal do Brasil, uma parceria entre a ABCC e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para fomentar as exportações brasileiras de alimentos de valor agregado para os mercados muçulmanos. “Procurem o Projeto Halal do Brasil para apoiar a sua internacionalização”, disse Carvalho aos empresários interessados ​​nas exportações halal.

Zoghbi falou sobre o lançamento de um plano piloto para um sistema de rastreabilidade de produtos halal brasileiros. A ideia é que, ao acompanhar a produção e a logística, o consumidor tenha acesso a todos os processos pelos quais cada produto passou. A ABCC assinou na semana passada o acordo para o plano piloto com o projeto Ecohalal e o Drops Holding Group. Segundo Zoghbi, isso agregará um valor considerável à produção halal brasileira.

No painel, Carvalho também apresentou o sistema Easy Trade da ABCC, que digitaliza o desembaraço aduaneiro das exportações brasileiras para alguns países árabes. Jordan já usa a solução. Espera-se que o Egito comece a usá-lo em breve. Ainda sobre o halal, os palestrantes discutiram possibilidades em outros setores além da alimentação, como turismo, moda e finanças, e como o halal está alinhado com o ESG, os princípios de governança ambiental, social e corporativa.

Traduzido por Elúsio Brasileiro

Isaura Daniel/ANBA
Isaura Daniel/ANBA
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