Alegação é de que não há promessas suficientes para comprovar o motivo que levou adulto a empurrar aluna negra
Caso de agressão contra criança de 4 anos em escola municipal de Campo Grande não deve ser enquadrado como racismo. Conforme a advogada da vítima, Lione Balta Cardozo, o delegado responsável pelo caso alega que não há pessoas suficientes para enquadrar o ato ao crime. Entretanto, ela aguarda a conclusão do inquérito, prevista para o final desta quarta-feira.
Ocorre que o agressor não falou nada sobre a raça da menina. Depois de invadir escola e empurra a criança contra a parede, o pai disse: “ele não gosta que toque nele”, sobre abraço dado pela menina.
Conforme apurado, também há resistência por parte da investigação para classificar o caso como agressão. Para advogada, o ato deve apenas ser encaminhado ao Ministério Público como vias de fato, devido ao clamor social. Ela aguarda parecer definitivo para agir judicialmente.
O episódio aconteceu nesta segunda-feira (11), na unidade Iracema de Souza Mendonça, Bairro Universitário. A criança negra foi agredida pelo pai do coleguinha, que invadiu a unidade ao ver ela abraçando o filho dele.
Nesta terça-feira, a reportagem falou com o pai da criança, de 42 anos. Ele explicou que a filha é extremamente carinhosa e afetuosa e gosta de abraçar as pessoas. A menininha estava estudando há um ano na escola. “É extremamente alegre, gosta de demonstrar o carinho dela através do contato. Abraça, beija, principalmente quando há outras crianças envolvidas”, descreve o pai sobre a filha.
A criança ainda tenta entender o que aconteceu. Após ocorrido e com medo de nota investida do acusado, os pais da menina decidiram trocá-la de escola. O pai afirma que a filha ficou triste com o ocorrido e quando estava na delegacia, questionou o que estava acontecendo. “Mamãe, esse é o pai do meu amiguinho, que brigou comigo, por isso ele está sendo preso?”, questionou.
“Mesmo que seja caracterizado como ato racista, não queremos enfatizar isso para ela. Vamos alimentar algo que talvez lá na frente vai tentar se proteger ou se sentir coagido por qualquer situação”, pondera o pai. Ele também ressalta que nada justifica a agressão contra uma criança. “Nenhuma ação que o motivou justifica uma atitude como essa”.
À polícia, o pai do menino declarou que invadiu a escola porque ficou nervoso ao ver a menina abraçando o filho, já que “não gosta de toque físico”. Também confessou ter orientado antes ao filho “dar porrada” na menina caso ela se aproximasse novamente. Mas, alegadamente estar arrependido.
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