São Paulo – Aumento da produção de biocombustíveis vegetais sustentáveis, difusão do uso da geotecnologia no manejo das culturas, intensificação das iniciativas de saúde animal. Esses são alguns dos caminhos que o agronegócio brasileiro tem trilhado, mostrando que o maior exportador mundial de soja, milho, café, açúcar, suco de laranja, carne bovina e frango trabalha duro para estar na vanguarda das novas grandes tendências do setor e atender às necessidades globais.

Palestras realizadas no Global Agribusiness Festival (GAFFFF), que acontece no Allianz Parque, em São Paulo, mostram para onde se dirigem os principais esforços do agronegócio brasileiro. “Globalmente, o modelo brasileiro está sendo um exemplo de como resolver rapidamente grandes desafios. O biocombustível é a forma mais eficiente de combater as mudanças climáticas em grande escala e de maneira acessível”, disse à ANBA Guilherme Nastari, diretor da consultoria agrícola Datagro, que mantém a GAFFF junto com a corretora brasileira XP.

Discussões: Sustentabilidade, tecnologia, saúde e outros

Os biocombustíveis estavam na agenda do festival como parte de uma solução mais ampla para um mundo que exige menos emissões de transporte. A produção brasileira de biodiesel, por exemplo, é a terceira maior do mundo, composta por 80% de soja e 20% de outros produtos como gorduras animais, que de outra forma seriam poluidores, segundo Francisco Turra, presidente do conselho da associação de produtores Aprobio e ex-agricultor ministro.

“A mudança climática veio para valer, e o Brasil é o antídoto”, disse Turra à plateia. “Um grande emissor de carbono é o combustível fóssil, que terá que ser substituído – não há outra maneira”, argumentou. De acordo com sua apresentação, o mercado de biocombustíveis deve crescer cinco vezes até 2050, com metade da produção global vinda da Ásia, Brasil e Estados Unidos.

Público acompanhando as palestras
Público assistindo as palestras

O Brasil já é o segundo maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar e está a caminho de se tornar um gigante no etanol de milho. Segundo Guilherme Nolasco, presidente executivo da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), o milho já responde por 20% da produção de etanol do Brasil. Ele argumenta que o etanol agrega valor ao milho e libera a cana-de-açúcar para ser utilizada como insumo no açúcar, contribuindo assim para esse mercado global. O Brasil usa etanol tanto como combustível individual quanto misturado à gasolina.

Palestras no GAFFFF também mostram como o Brasil atua com habilidade na saúde animal. O professor Iveraldo Dutra da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) apresentou o sistema One Health, modelo global utilizado no Brasil que integra saúde humana, animal, vegetal e ambiental. No caso do agronegócio, a defesa agropecuária baseia suas ações nisso. “Temos uma pecuária extraordinária, uma produção avícola extraordinária e uma defesa agrícola de referência mundial.

XP: Feira do Agronegócio também teve expositores
XP: Festival também contou com expositores

Segundo ele, as doenças animais foram responsáveis ​​por mais de 20% das perdas globais de carnes, leite e ovos. Nesse contexto, o Professor Dutra apelou a uma segurança alimentar e sanitária baseada no conceito One Health como forma de reduzir a fome e a pobreza e combater a insegurança alimentar num mundo cuja população está a crescer rapidamente. Segundo sua apresentação, cada ser humano que vive até os 72 anos consome oito bois, 570 galinhas, 10 mil ovos e 9 mil litros de leite, entre outros alimentos.

As palestras no GAFFFF também mostraram os ganhos de eficiência que o agronegócio obteve com o uso de novas tecnologias. Empreendedores do agronegócio tech-savvy apresentaram agtech criada para colaborar com a produção agrícola brasileira e até mesmo acelerá-la. Um deles foi Rafael Coelho, filho de agricultores e cofundador da Sette e CEO da A de Agro. Sette faz monitoramento da safra com imagem de satélite para ajudar no relacionamento entre agricultores e bancos. É uma empresa de tecnologia focada em crédito.

Agronegócio para o mundo

A maioria dos palestrantes apresentou o agronegócio brasileiro como um setor crucial para o consumo doméstico e global. “Não pode haver fronteiras para alimentos. O Brasil pode se orgulhar de ter bastante comida e contribuir para a segurança alimentar do mundo”, disse Ricardo Santin, presidente do lobby da indústria ABPA.

Carvalho e Mizuta: Presença da Câmara Árabe-Brasileira
Carvalho e Mizuta: Presença da Câmara Árabe-Brasileira

Guilherme Nastari disse à ANBA que o agronegócio brasileiro está no auge do reconhecimento nacional e internacional. “A cidade agora entende o valor da cadeia e a relevância econômica das fazendas para o Brasil, e um grande exemplo é esse evento aqui, na capital econômica do país.”

Consulte Mais informação:
Festival do agronegócio pretende reunir 25 mil pessoas

O festival reúne debates, feira de negócios, gastronomia e entretenimento no estádio de futebol Allianz Parque. O Câmara de Comércio Árabe-Brasileira é apoiador e foi representado no primeiro dia do evento pelo seu diretor de novos negócios, Estevão Margotti de Carvalho, ao lado da head de consultoria internacional e CCAB Lab, Karen Mizuta.

Traduzido por Guilherme Miranda

Isaura Daniel/ANBA

Isaura Daniel/ANBA

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Isaura Daniel/ANBA

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