O AliExpress, plataforma internacional de propriedade da gigante chinesa Alibaba, fez parceria com o Magazine Luiza, também conhecido como Magalu, o terceiro maior varejista do Brasil em vendas. Através do acordo anunciado hoje, o AliExpress passará a ser vendedor do Magalu e vice-versa.

A parceria chega em um momento controverso, para dizer o mínimo. As empresas nacionais do setor acabam de vencer uma batalha no Congresso para buscar a igualdade tributária com as plataformas internacionais de comércio eletrônico, especialmente as asiáticas como Shein, Shopee… e AliExpress.

Em documento de valores mobiliários, Magalu disse que a oferta do AliExpress complementará o mix de produtos oferecidos no marketplace da empresa, incluindo itens como moda e acessórios para casa. Ao mesmo tempo, o Magalu levará suas ofertas de bens duráveis, como eletrodomésticos e eletrônicos, para os clientes brasileiros do AliExpress, categoria em que o Magalu é líder de mercado no país.

Em conversa com um jornalista esta manhã, o presidente-executivo do Magalu, Frederico Trajano, disse que se trata de uma “parceria ganha-ganha”. Além de permitir que as duas plataformas ampliem consideravelmente suas ofertas, também aumentará suas fontes de receita: será cobrada uma taxa de take para cada produto AliExpress vendido nos marketplaces do Magalu; o mesmo vale para o que o Magalu vende no AliExpress.

As empresas não deram detalhes, porém, de quanto seria essa taxa de captação.

Juntos, os dois marketplaces possuem mais de 700 milhões de visitas mensais e mais de 60 milhões de clientes ativos. A parceria deve entrar em vigor no terceiro trimestre.

Aos jornalistas, Trajano disse que não há contradição na parceria, pois o Magalu sempre defendeu a igualdade tributária, mas nunca se opôs aos concorrentes internacionais.

Como informamos, o Senado brasileiro aprovou um projeto de lei que impõe um imposto de 20% sobre compras internacionais de baixo valor, de até US$ 50 – uma resposta alimentada por varejistas nacionais contra a ascensão de concorrentes asiáticos no país, apesar de sua ainda baixa penetração no mercado brasileiro. comércio eletrônico e varejo como um todo.

De acordo com a empresa de consultoria Payments & Commerce Market Intelligence (PCMI), os players nacionais representam 94% do total das vendas de comércio eletrônico no país, que inclui varejo, viagens, caronas, bens digitais e serviços. Este domínio foi um dos argumentos utilizados pelos retalhistas contra o ímpeto do Congresso em tributar as compras transfronteiriças.

Outro estudo da consultoria Tendências, encomendado pela Alibaba, controladora do AliExpress, estima que as compras online internacionais representam 6,4% do comércio eletrônico e 0,5% das vendas no varejo. Os varejistas nacionais contestam os dados, apontando para uma taxa de participação de 2,2% nas vendas de importações no total do mercado varejista brasileiro.

Independentemente da fonte, há espaço significativo para o crescimento de plataformas internacionais no Brasil.

O AliExpress fez do Brasil um dos seus cinco principais mercados e ajustou suas operações logísticas de acordo. Durante a pandemia de Covid e o boom do comércio eletrônico em 2021, o AliExpress tinha cinco voos semanais para o Brasil, aumentando para oito um ano depois.

Mantém esta frequência, exceto em datas especiais de venda, permitindo que os prazos de entrega variem de 7 a 12 dias. Vender seu produto no marketplace do Magalu é mais um passo para ampliar seu alcance aos consumidores brasileiros.

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