Durante o seu tempo como presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro ameaçou repetidamente a democracia – mencionando muitas vezes que “o seu Exército” estava do seu lado.

Durante anos, os homens uniformizados de fato foram indulgentes com Bolsonaro. A seu pedido, altos oficiais militares levantaram questões sobre a legitimidade do sistema de votação eletrônica do Brasil. A Marinha improvisou um desfile militar em frente ao palácio presidencial, num movimento que claramente procurava intimidar os outros poderes do governo. E os comandantes das Forças Armadas permitiram que os apoiadores de Bolsonaro convocassem um golpe enquanto acampavam fora das guarnições durante meses.

Agora que Bolsonaro está fora do cargo, inelegível durante oito anos e perseguido por múltiplas investigações criminais, os oficiais superiores que chefiaram as Forças Armadas durante a sua presidência decidiram virar-se contra o seu antigo comandante-em-chefe.

Enquanto a Polícia Federal investiga uma suposta conspiração golpista para manter Bolsonaro no poder, independentemente dos resultados eleitorais de 2022, os ex-comandantes da Força Aérea e do Exército contaram aos investigadores – em detalhes – como o ex-presidente tentou induzi-los a encenar um antigo tomada de poder militar à moda antiga.

De acordo com os seus relatos (que foram divulgados pelo Supremo Tribunal na sexta-feira), Bolsonaro, ele próprio um ex-militar, organizou várias reuniões secretas para discutir formas de derrubar a democracia. O Tenente-Brigadeiro da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Jr. e o General Marco Antônio Freire Gomes dizem que Bolsonaro obteve a promessa do então comandante da Marinha de disponibilizar tropas para um golpe.

Os outros dois, que agora entregam informações aos investigadores, dizem que se recusaram a aderir ao plano.

Tenente-Brig. Baptista lembrou que Bolsonaro ficou “assustado” ao ver que o apoio militar com o qual esperava contar era insuficiente.

Os depoimentos complicam ainda mais a já precária situação jurídica de Bolsonaro. Afinal, o ex-presidente teve o seu passaporte apreendido pelas autoridades em Fevereiro – um sinal sinistro para qualquer pessoa sob investigação. Outros próximos de Bolsonaro também se encontram em maus lençóis.

Paulo Sérgio Nogueira, que serviu como comandante do Exército e ministro da Defesa no governo…

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