A Amazon Web Services (AWS) anunciou que vai abrir uma investigação formal contra a Perplexity AI, uma ferramenta de inteligência artificial (IA) hospedada em sua estrutura tecnológica, após a acusação de que ela estaria coletando conteúdos de sites sem a ajuda de ninguém.

A ação é conhecida como “demolição”, e consiste essencialmente numa ferramenta de visualização e armazenamento de dados que os seus respectivos donos proibiram de fazer. Em alguns países, a prática de desmantelamento é essencialmente como pirataria e roubo.

A situação vem de um artigo originalmente publicado pela Wired, onde especialistas ouvidos pela revista identificaram um robô de captura de conteúdo (crawler) com assinatura da Perplexity AI. Esse robô estava propositalmente ignorando os arquivos “.txt” dos códigos-fontes de vários sites: tais arquivos estabelecem diretrizes para que mecanismos de busca possam ou não relacionar os conteúdos de uma página em seus resultados.

A Perplexity AI é, essencialmente, um mecanismo bastante robusto de busca que utiliza recursos de inteligência artificial para aprimorar suas funções e abrangências. Nem todo mundo, no entanto, gostaria de trabalhar com a ferramenta neste momento. Daí as proibições.

Em outra matéria, publicada na Reuters, especialistas afirmaram que a Perplexity pode ser a ferramenta mais óbvia para fazer isso, mas está longe de ser a única.

Vale citar que o protocolo de exclusão de captura por robôs – previsto nos arquivos “.txt” – não é uma “regra” e é acessível ou não é voluntário. Entretanto, o consenso ético das empresas do setor é o de obediência à vontade dos sites que os hospedam.

No caso da Perplexity, publicações da Condé Nast (como Vanity Fair, Vogue, GQ e The New Yorker), da Reuters e do jornal britânico Guardian estavam entre os materiais capturados pelo robô – todas as empresas listadas, no entanto, contam com proibições de captura de conteúdo para bots.

A Amazon, diante da reportagem, respondeu que vai procurar saber mais das ações da Perplexidade por parte de seus criadores, citando seu código de conduta como motivo:

“Os termos de serviço da AWS proíbem atividades abusivas e/ou ilegais e nossos clientes são responsáveis ​​por obedecer a esses termos. Nós rotineiramente recebemos alertas sobre questões de abuso de uma variedade de fontes, e envolvemos nossos clientes para compreender esses relatos.”

A Perplexity, por meio da porta-voz Sara Platnick, afirmou já ter respondido aos questionamentos da Amazon e negou que seu robô estava ignorando a ordem de exclusão posicionadas por sites de produção de conteúdo. A empresa ainda ressaltou que a investigação aberta pela Amazon faz parte de um protocolo costumeiro relacionado ao combate a abusos.

Aravind Srinivas, CEO da Perplexity, foi mais além, afirmando que a empresa usa robôs terceirizados em conjunto com o seu, e que o robô identificado pela Wired era um destes. Logo, a empresa não poderia ser responsabilizada por suposta violação da regra.

By admin

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *