Uma clara maioria de equatorianos apoia a retirada forçada do ex-vice-presidente Jorge Glas, pelo presidente Noboa, da embaixada mexicana de Quito.
Glas procurou refúgio lá para escapar de uma condenação por corrupção, que ele e o governo mexicano consideram como motivada politicamente.
A operação, realizada na noite de sexta-feira, 5 de maio, resultou no corte das relações diplomáticas entre o México (e a Nicarágua).
Apesar da condenação global da violação da Convenção de Viena, 60% dos equatorianos apoiam a ação, mostra uma pesquisa da Perfiles de Opinión.
Por outro lado, 40% desaprovam, temendo que as ações do Presidente Noboa possam agravar os conflitos e prejudicar a imagem internacional do Equador.
Este segmento vê isso como um potencial abuso de poder, segundo Paulina Recalde, diretora da Perfiles de Opinión.
O país realizou um segundo referendo no prazo de um ano, convocado por Noboa, quando o Ministério Público prendeu funcionários por corrupção.
O analista político Jacobo García observa que os equatorianos, em meio à corrupção e à impunidade, preferem ações decisivas a debates jurídicos.
Vários funcionários públicos da administração de Rafael Correa fugiram para o México durante processos judiciais.
Outros, como a ex-Ministra dos Transportes María de los Ángeles Duarte, tomaram medidas drásticas para fugir à justiça.
Ela escapou da embaixada argentina com ajuda diplomática após dois anos de refúgio.
“Esses acontecimentos levaram a maioria a favorecer o ataque às normas internacionais”, explica García.
Enfrentando desafios, Noboa depende do apoio militar, apesar da sua popularidade ter caído para 58%, com mais de metade da população a acreditar que o país está no caminho errado.