Segunda maior cidade do Estado virou notícia nacional por conta de estudo iniciado de imunização em massa

Ampolas com doses da vacina Qdenga, do laboratório japonês Takeda (Foto: Rogério Vidmantas/Prefeitura de Dourados)

Ganhou repercussão nacional nesta quarta-feira (4) o início da imunização contra a dengue em Dourados, cidade a 251 km de Campo Grande. Apesar de Mato Grosso do Sul ter a primeira cidade do país a realizar a vacinação, os demais prefeitos aguardam as doses do Ministério da Saúdedisposições para serem distribuídas em fevereiro.

A confirmação é da própria Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) e da Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul). Ainda não foi divulgado o calendário nacional.

A expectativa é que o governo adquira 8,5 milhões de doses e como a farmacêutica não consiga fornecer esse montante todo até o mês que vem, um alvo público será definido para receber as vacinas.

Inicialmente, não será possível implementar estratégia de oferta de vacina para todo o público autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 4 a 59 anos. A CTAI (Câmara Técnica de Avaliação em Imunização) do Ministério, se reunirá no dia 18 de janeiro para definir os públicos da campanha nacional.

Dourados se tornou pioneira na imunização com a QDenga por conta de uma parceria do laboratório japonês Takeda e o pesquisador e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Júlio Croda.

Este tipo de monitoramento técnico é previsto para qualquer imunizante já aprovado pelos órgãos de controle. Iniciativa semelhante ocorreu durante a pandemia da covid-19, na cidade de Serrana (SP), quando o Instituto Butantan disponibilizou a CoronaVac e em Botucatu (SP), com uma dose da AstraZeneca, pela Fiocruz.

As 300 mil doses da vacina Qdenga disponibilizadas para o estudo em Dourados iriam vencer em agosto deste ano. Elas foram feitas para o projeto inédito e único em nível mundial. O objetivo é avaliar o impacto da proteção na vida real.

Por isso, o trabalho agora é garantir uma alta cobertura para avaliar o impacto na redução de casos, hospitalizações e óbitos, já neste ano. A ideia é avaliar também o reflexo nos próximos 3 a 5 anos, dependendo da circulação de sorotipos e epidemias que possam ocorrer na cidade.

Desta forma, os douradenses vão auxiliar no fornecimento de dados adicionais sobre a eficácia do imunizante. A campanha pretende vacinar 150 mil moradores de 4 a 59 anos de idade. O QDenga é aplicado em duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

A cidade foi escolhida para ter uma alta carga de dengue (1.429 casos confirmados laboratorialmente a cada 100 mil habitantes no ano passado), ter cerca de 200 mil moradores elegíveis para a vacina e contar com uma boa cobertura de atenção primária e de vigilância epidemiológica.

Vale ressaltar que o tempo para observar o impacto da campanha dependerá da adesão da população. Também cabe lembrar que o maior período de incidência da doença ocorre justamente no verão, por conta das chuvas proporciona ambiente propício para a proteção do mosquito Aedes aegypti.

A vacinação está disponível em todas as unidades de saúde de Dourados. A aplicação ocorre das 7h às 11h e das 13h às 17h, de segunda a sexta-feira.

No restante do Estado, quem quiser vacinar precisa recorrer às clínicas particulares, enquanto o Ministério da Saúde não disponibiliza o imunizante.

A vacinação completa contra a dengue custa entre R$ 856 e R$ 1,2 mil em Campo Grande. A dose mais cara do imunizante custa R$ 605. Como são necessárias duas aplicações, esse valor dobra e supera R$ 1,2 mil.

Em 2023, foram confirmados 40.887 casos de dengue no Estado, com 42 mortes causadas pelo vírus carregado pelo mosquito Aedes aegypti. Um recorde dos últimos 3 anos. Anteriormente, o número mais alto tinha sido registrado em 2020, ano com 41.998 casos e 43 óbitos, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde.

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