Durante o depoimento, ele dava risadas; após o crime, ele saiu para comprar salgado e viveu normalmente

Delegada Elaine Benicasa titular da Deam (Foto: Paulo Francis)

Na tarde desta terça-feira (23), a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher) detalhou o cenário horrível que Sérgio Guenka, de 52 anos, assassinou de forma cruel e brutal Cristiane Eufrásio Millan, de 42 anos. Após ser morta com mais de 36 facadas, a vítima foi colocada em forma de cruz pelo autor. O crime aconteceu na manhã do último sábado (20) na Avenida Presidente Vargas, em Campo Grande.

Em depoimento, Sérgio quis deixar claro que posicionou o corpo daquela forma porque quis, e não queria ser comparado com o “Maniaco da Cruz”. “Ele disse que deixou o corpo daquele jeito propositalmente e que queria chamar a atenção do crime para ele, e que gostaria de ser famoso por essa hediondez cometida”, apontou a delegada titula da Deam, Elaine Benicasa.

Benicasa disse que por várias vezes durante o depoimento Sérgio dava risada. Ele conta que antes do crime já havia se encontrado com a vítima três ou quatro vezes antes de matá-la, o que deixa claro para a investigação que o assassino premeditou o assassinato.

Na delegacia, o homem que sofre de esquizofrenia e transtornos psicóticos contornou que decidiu tirar a vida da acompanhante porque chegou à conclusão de que ela seria uma mulher impura, que a Bíblia falava sobre isso, “diz que elas não devem sobreviver nessa terra” , disse Sérgio em depoimento.

A delegada ainda contou que o fato dele ir ao Caps (Centro de Apoio Psicossocial) somente na segunda-feira pela manhã foi algo pontual, “pode ser que ele já tenha sido atendido pelo Caps, mas não fez acompanhamento lá”, afirmou.

A dinâmica “Ele nos disse que manteve relação sexual, e que em seguida ele vai à cozinha, pega uma faca e disfere o primeiro golpe no pescoço. Cristiane tenta fugir, chega até a porta e se confunde com as chaves, ela cai no chão, o autor a pega e desfere mais golpes de facas, mais de 36 ferimentos foram causados ​​na vítima. Foram usadas duas facas conforme ele nos conta, mas até o momento encontramos apena uma, em seguida, passa os dois dias com o corpo na sala da casa e segue sua rotina normal, ele saiu para comprar salgados após o crime”.

O cenário – Bastante espantada com a situação em que a casa foi encontrada, Benicasa detalhou que o local era totalmente insalubre. “Tinha muita sujeira, resíduos de comida, resíduos fecais, muitas roupas espalhadas pelo local, não tem água na residência”, relembrou, “no local foram encontrados vários objetos relacionados à religiosidade, como bíblias e crucifixo”, finalizou.

Elaine disse que tudo na residência era muito específico do que ele dizia, tendo repetido várias vezes sobre ter que tirar a vida das mulheres de programa por considerar elas impuras.

“Ao mesmo momento que ele demonstrou loucura, ele demonstrou frieza, premeditação. A forma como ele coloca o corpo para causar impacto na mídia, são várias nuances que ele nos deixa de certa forma estarrecidas”, pontua o titular da Deam.

Testemunhas – Durante a investigação, um vizinho contou que viu quando Cristiane entrou em casa no sábado de manhã e que em seguida escutou uma música bem alta, “o som ficou no último volume, e ouviu gritos, mas a testemunha se defendeu dizendo que imaginou que A mulher estava sendo esfaqueada ali”, disse Elaine durante a coletiva.

Sérgio foi preso em flagrante por ocultação de cadáver e responderá por crime de feminicídio.

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