Aos 18 anos, jovem foi contratada para trabalhar com uma psicóloga que a acompanha desde os 8 anos

Da esquerda para a direita, Evelin Mulatto, Geórgia e Catarina Rodrigues. (Foto: Arquivo pessoal)

Georgia Rodrigues Thomaz da Silva, de 18 anos, está contando os dias para começar a trabalhar. Diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista) nível 1, ela foi contratada pela clínica de cada paciente desde a adolescência. A contratação marca o começo da jornada dela no mercado de trabalho.

A psicóloga Evelin Mulatto é a responsável por convidar um jovem para trabalhar no Espaço Integrar, que é uma clínica especializada em Terapia ABA e Terapia Cognitivo Comportamental. Muito além de chefe, Evelin também é uma profissional que acompanha o caso dela desde os oito anos.

Em 2013, ela conheceu a menina e iniciou o acompanhamento através da abordagem ABA, que é uma das terapias aplicadas em casos onde uma pessoa é despertada com autismo. Evelin explica como era a Geórgia na época em que a conheceu.

A psicóloga fala sobre o primeiro contato que teve com Georgia.  (Foto: Paulo Francisco)
A psicóloga fala sobre o primeiro contato que teve com Georgia. (Foto: Paulo Francisco)

“Ela era minha paciente quando eu ainda era acompanhante terapêutico. Eu estava na casa dela e ganhei por muitos anos com a ABA e ela tinha bastante questões comportamentais. Eu acabei de sair do caso dela, mas sempre dava suporte para quem ia pegar o caso”, diz.

Após receber alta do tratamento com a ABA, Georgia ingressou em uma nova fase e voltou a ser atendida exclusivamente por Evelin. Aos 11 anos, ela começou a desenvolver outras habilidades comportamentais. “Nesses atendimentos íamos em padaria, supermercado, íamos comprar roupas para ela saber sobre quais usar em determinados ambientes”, explica a psicóloga.

Acompanhada pela mãe Catarina Rodrigues, Georgia cresceu cercada de muito amor, cuidado e sempre com o respaldo profissional. Nesse caminho veio a fase de conclusão do Ensino Médio e os preparativos para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Pedagoga, Catarina está feliz pela filha conquistando o 1º emprego.  (Foto: Paulo Francisco)
Pedagoga, Catarina está feliz pela filha conquistando o 1º emprego. (Foto: Paulo Francisco)

Após a filha prestar o vestibular, Catarina levou à psicóloga uma aflição que acabou resultando numa oportunidade. “A Catarina trouxe a preocupação que sempre tivemos, mas não era o objetivo daquela época porque tínhamos muitos outros objetivos para se cumprir. Mas, aí chegou a hora do mercado de trabalho”, comenta Evelin.

Foi nesse momento que um profissional teve a ideia de Georgia trabalhar na clínica. Por ser um ambiente em que é conhecido, que entende a dinâmica, uma alternativa se provará eventualmente. Com contrato fechado e crachá pronto, o jovem participou de alguns treinamentos e foi instruído sobre as tarefas do cargo.

A psicóloga fala que o intuito é agregar habilidades à rotina de trabalho. “A Georgia sempre gostou muito de desenhar e criar histórias. Vamos mais estimular ainda essa parte, da tecnologia, para ela criar materiais que sejam funcionais para a clínica”, afirma.

As três na apresentação da clínica no Bairro Vila Rica.  (Foto: Arquivo pessoal)
As três na apresentação da clínica no Bairro Vila Rica. (Foto: Arquivo pessoal)

Sobre o emprego, Georgia já sabe as principais regras e diz esperar que as coisas ocorram bem. “Vai ser tudo calmo, quietinho. Vou auxiliar no estoque, criar atividades”, fala. Apesar das atividades do espaço terem outra abordagem, ela também cria em casa histórias na vertente de terror com vampiros e lobisomens.

Quem está feliz em presenciar mais esse novo passo importante dela é Catarina. A pedagoga pontua que isso é possível devido à evolução de Georgia no tratamento. “Pra mim está sendo novo, fiquei feliz porque nós viemos de uma caminhada. A Evelin foi a primeira terapeuta, ela fez ABA, foi pra terapia e fomos seguindo e agora estamos aqui”, destaca.

Conforme adquirir experiência, a Geórgia pode inclusive ganhar novas funções na clínica. É o que ressalta uma psicóloga. “Eu tenho planos de ficar aqui na frente auxiliando, perguntando às pessoas se precisam de alguma coisa e ajudando na dinâmica das crianças que vêm e vão na clínica”, pontua.

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