Referência em notebooks gamer e profissionais há muito tempo, a Avell é um dos principais concorrentes no mercado de laptops de alto desempenho no Brasil. Ó Canaltech conversou com o CEO da Avell, Emerson Salomão, e o gerente de produtos e novos negócios, Hemerson Basseto, para entender o momento atual de reestruturação da companhia e quais são os próximos passos da marca brasileira em busca de reconquistar a atenção dos jogadores.

Fundada em 2004, a marca passa por um verdadeiro momento de transição para aumentar suas bases. Nos últimos anos, a companhia catarinense voltou sua atenção aos profissionais, mas agora busca apadrinhar novamente um público especial: os jogadores.

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Avell agora é “gente grande”

Sem poupar palavras, Salomão reforça que os últimos anos da Avell foram de reestruturação e, principalmente, de profissionalização. Esse processo começou ainda durante a pandemia, quando outros grandes concorrentes precisaram se adaptar e diversas dificuldades tomaram conta do ambiente da empresa. No entanto, o período também abriu portas para oportunidades e acelerou sua transformação em uma marca mais forte no segmento.

Essa mudança envolveu todos os campos dentro da Avell, como incorporações na fábrica em Manaus, o processo de qualidade, acompanhamento dos pedidos, novos sistemas e a troca de gestão de pessoas. O presidente executivo comenta que embora as alterações tenham sido radicais, nada mudou a “essência da Avell”.

“Nós saímos de uma empresa, além, pequena para algo maior. Em relação às multinacionais, a Avell é uma empresa pequena. Se você comparar com nossos concorrentes, são gigantescos, mas a gente consegue brigar legal com eles”, explica Emerson Salomão.

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Embora o retrospecto de empresa pequena possa parecer latente para quem acompanha o mercado do lado de fora, a Avell obteve números altos nos últimos anos. Para se ter uma noção, o ano de 2021 terminou com uma receita alta de mais de R$ 200 milhões, atingindo um valor 90% maior do que o ano anterior.

No entanto, o carro-chefe da companhia ficou com os notebooks profissionais. Mais de 70% da receita obtida tanto em 2021 quanto em 2022 são da venda de máquinas externas para o trabalho, deixando 30% para máquinas gamer. O número não é surpresa, visto a introdução de linhas como a ION, HYB e HYB New nos últimos tempos, para áreas de engenharia, design, arquitetura, odontologia, etc.

Todavia, Emerson revela que a empresa também passou pelas “dores do crescimento”. A loja saiu de uma receita de R$ 50 milhões e subiu para R$ 200 milhões, mas desceu recentemente para cerca de R$ 150 milhões com as últimas mudanças.

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O foco é o gamer

Nessa abordagem, a empresa que busca se reconcilia com o público que ajudou a construir sua grandeza. De acordo com o CEO, a ideia é resgatar o passado aos fortes investimentos nessa área. Na verdade, essa movimentação já vem sendo noticiada há alguns meses com a chegada da nova geração da linha Storm e Storm X.

Os modelos são um dos únicos do Brasil a contar com os modelos top de linha de GPUs NVIDIA e CPUs Informaçõescomo as GeForce RTX 4080 e RTX 4090 e a família de aceleração Core i9.

A chegada de modelos como o Storm BS também agitou o estoque da companhia. O CEO diz que você verá um movimento interessante conforme as vendas surgirem. Grande parte do público investia no A52 ION, com características similares, para jogar e não trabalhar. O Storm BS chegou para preencher essa lacuna interna de um produto gamer de entrada, já que conta com diversidade Core i5 e i7 de 12ª geração Intel e placas GeForce RTX 3050 e RTX 4050.

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“Isso mostra como esse mercado gamer é relevante para gente e como as pessoas estavam comprando o A52 ION para jogar. Como temos o Storm BS hoje, vemos que eles estão comprando mais o BS, ou seja, o público quer um equipamento gamer de qualidade “, enfatiza o CEO.

Como já é de se esperar, os notebooks gamer de entrada cobrem 95% das vendas na empresa. Isso engloba os modelos até as RTX4060, não máximo. Porém, o segmento premium como RTX 4090 e RTX 4080 tem menos de 5% de vendas e preços bem altos.

Emerson conta que ficou surpreso na estreia da linha Storm X. Os notebooks com a GeForce RTX 4090 esgotaram rapidamente e foi preciso encomendar novos aparelhos, enquanto a RTX 4080 acabou menos cobiçada pelo público entusiasta.

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2024: o ano do “setup Avell”

Nessa retomada do público gamer, os periféricos vão desempenhar um papel importante. O planejamento da Avell envolve começar a oferecer mouses, teclados, headsets e mochilas dentro da loja a partir de março de 2024. A ideia é fazer um pacote completo para o jogador, para que ele saia do site da empresa já com acessórios prontos para jogar .

De início, esse é um projeto colaborativo. Assim, a Avell vai oferecer produtos já existentes no mercado, de marcas parceiras, como a Logitech. Segundo Hemerson Basseto, o plano é oferecer um setup Avell ao jogador. De início, o projeto deve focar mais em mouses e headsets, mas a partir de meados de 2024 outros acessórios já começarão a aparecer na loja.

Lago Meteoro uma vista?

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Com o lançamento dos Lago Meteoro profundo cada vez mais próximo, a indústria de dispositivos portáteis e antenada para esses produtos. Embora Basseto e Salomão não tenham confirmado a chegada de notebooks Avell com essas CPUs, a equipe conversa diretamente com a Intel e parece estar de olho em novidades.

O gerente de produtos da marca conta que está sempre atento às possibilidades de inserção para as linhas. Basseto acredita que a chegada do Meteor Lake vai mudar muitos conceitos no mercado, seguindo um caminho que a indústria percorre há um bom tempo ao aliar mais desempenho brutal com baixo consumo de energia.

Ao ser questionado sobre uma janela de lançamento dos notebooks Avell com o Meteor Lake, Hemerson Basseto comenta que pode ser um pouco cedo para pensar nisso. Por se tratar de um novo produto e o fato da Intel estar lançando outras linhas em paralelopode ser que um lançamento recente como esse não seja a melhor estratégia de ponto de vista financeiro.

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“O que eu quero dizer com isso tudo? Não adianta a gente trazer ou desenvolver linhas muito avançadas. Temos que esperar para ver como o mercado vai absorver. Mas a nossa ideia é de ter um produto mais leve, com eficiência muito maior energia , capaz de demonstrar o poder dessa nova iGPU dos Meteor Lake (…) Então a nossa ideia é trazer com a Intel esse produto ao mercado, talvez com gráficos Arc. (…) Tudo isso precisa de algumas definições e não é nada definitivo, mas estamos conversando e há bastante desenvolvimento pela frente”, explica Basseto.

Parceria com a NVIDIA

Além da Intel, o CEO da Avel destaca a proximidade com a NVIDIA. Nos últimos 10 anos, duas marcas colaboraram ativamente para a chegada de novos produtos ao Brasil. O destaque mais recente fica por conta das séries GeForce RTX 3000 e RTX 4000, em que a Avell foi uma das primeiras marcas a lançar produtos com esse tipo de tecnologia.

“O respeito que eles têm com a gente é muito legal, porque, por sermos uma marca nacional, poderia ter algum tipo de preconceito, mas não. A gente consegue mostrar isso (a posição no mercado) por sermos uma marca forte, de alto desempenho, e ter essa parceria com os lançamentos deles”, aponta Emerson Salomão

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Responsabilidade Ambiental e Selo Reclame Aqui

Com tantas companhias do mundo hardware investindo em mais sustentabilidadea Avell parece não querer ficar de fora desse panteão, que já engloba gigantes como a Acer. A companhia atualizou a certificação ISO 0001, ou seja, um conjunto de diretrizes e normas de gestão ambiental em uma empresa.

Para o CEO, essas medidas ajudam a prevenir o descarte irregular de componentes eletrônicos durante a fabricação em massa. Nesse sentido, a Avell consegue recuperar cadernos descartados e realizar uma assistência correta, muitas vezes circulando o produto no mercado novamente.

Por fim, o executivo bordou uma conquista da Avell ao receber o selo RA1000 do Reclame Aqui. A certificação exige que a loja tenha avaliações iguais ou superiores a 50, índices de resposta e solução iguais ou superiores a 90%, dentro de outros fatores.

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“Nós já tínhamos esse selo, mas como a empresa cresceu muito, conseguimos reconquistá-lo. E ele demonstra todo e cuidado e qualidade do produto, a questão de suporte, atendimento. Porque está tudo ali. Se você tem um produto ruim você não vai conseguir enganar as pessoas por muito tempo”, finaliza o CEO.

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