Bangladesh reduziu sua meta de crescimento do PIB para 6,7% para o próximo ano fiscal, abaixo dos 7,5%.

Este ajustamento ocorre num momento em que o país enfrenta obstáculos económicos significativos, incluindo inflação elevada, depreciação da moeda e reservas cambiais cada vez menores.

A nova meta foi anunciada com um orçamento de 7,97 biliões de taka (67,5 mil milhões de dólares) para o ano fiscal que começa em julho.

Acontecimentos globais, como o conflito Rússia-Ucrânia, agravaram a situação económica do Bangladesh.

A escalada da inflação e a desvalorização da moeda forçaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a reduzir a sua projecção de crescimento para o Bangladesh para 6%.

Bangladesh enfrenta desafios econômicos de frente: metas de crescimento revisadas e planos ousados. (Foto reprodução na Internet)

O Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) também reviram as suas previsões para 6,1% e 6,6%, respetivamente.

Apesar destes desafios, o Bangladesh ainda apresenta um desempenho superior ao de muitas economias do Sul da Ásia, atrás apenas das Maldivas e da Índia.

No entanto, a escassez de energia e a forte dependência das importações de bens essenciais, como combustível e gás, colocam ainda mais pressão sobre o défice comercial e as reservas cambiais do país.

O governo planeia controlar as despesas reduzindo a previsão do défice orçamental de cerca de 5% para 4,6% do PIB.

O Ministro das Finanças, Abul Hassan Mahmood Ali, enfatizou uma abordagem cautelosa à responsabilidade fiscal.

No entanto, garantiu que os cortes nas despesas não seriam prolongados para evitar prejudicar o crescimento económico.

A inflação continua a ser uma questão crítica, com as taxas a atingirem o máximo dos últimos sete meses, de 9,89%, devido ao aumento dos preços dos alimentos.

O ministro das Finanças pretende reduzir a inflação para 6,5% no próximo ano fiscal. Muitos economistas locais consideram esta meta irrealista. A taxa de inflação real ultrapassa os 12%, tornando este objectivo um desafio.

Para fazer face à volatilidade da taxa de câmbio, o banco central do Bangladesh introduziu um novo sistema em Maio.

Este sistema permite que o taka flutue mais livremente em relação ao dólar, o que levou a uma depreciação significativa.

Estratégias Econômicas de Bangladesh

O governo pretende aumentar as reservas cambiais para 32 mil milhões de dólares, contra menos de 19 mil milhões de dólares. No entanto, os planos para aumentar as importações em 10% poderão prejudicar este objectivo.

Em resposta a estes desafios, o Bangladesh contraiu um empréstimo de 4,7 mil milhões de dólares do FMI no ano passado. Este empréstimo apoia reservas cambiais e compromete-se com reformas do sector financeiro.

O ministro das finanças estabeleceu uma meta ambiciosa de arrecadação de receitas de 5,41 biliões de taka, ou 9,7% do PIB, apesar das dificuldades anteriores do Conselho Nacional de Receitas.

O economista Ahsan H. Mansur destacou a postura proativa e agressiva da política monetária do banco central. Se continuar, esta política poderá produzir resultados dentro de seis meses.

O governo e os decisores financeiros do Bangladesh estão a trabalhar activamente para estabilizar a economia. Os seus esforços visam mitigar as dificuldades económicas imediatas e planear o crescimento sustentável.

A abordagem tanto das questões internas como das mudanças económicas globais exigirá planeamento estratégico e optimismo cauteloso.

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