O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse quinta-feira pela primeira vez que o Brasil é “contra o Hamas” e ao mesmo tempo que “não há explicação para o comportamento de Israel (…) matando mulheres e crianças”.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), milhares de crianças em Gaza foram mortas em recentes operações israelitas.

Lula abordou o conflito Israel-Hamas em duas declarações separadas no Cairo, a primeira após uma reunião bilateral com o presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi e a segunda durante uma reunião da Liga Árabe.

Lula reiterou a posição do Brasil de que o Hamas cometeu “um ato terrorista” em 7 de outubro de 2023, não chegando a chamar o próprio Hamas de organização terrorista. No entanto, acrescentou, “a reação desproporcional e indiscriminada de Israel é inaceitável e constitui um dos episódios mais trágicos deste longo conflito”.

O presidente reiterou seu apelo por um “cessar-fogo definitivo” na região e enfatizou o apoio do Brasil ao caso de genocídio da África do Sul contra Israel.

Lula também reiterou a sua posição de longa data, pedindo um Estado palestino reconhecido internacionalmente “incluindo Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como sua capital”, bem como o apelo do Brasil para uma adesão ampliada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Israel, acrescentou, “não cumpriu nenhuma” das decisões da ONU.

Lula agradeceu a Sisi pela ajuda do Egito na repatriação de brasileiros da região. Um total de 117 brasileiros ou seus familiares palestinos deixaram Gaza em quatro voos desde novembro do ano passado.

Lula disse ainda que a recente inclusão do Egipto no grupo BRICS, aprovada no ano passado, permitirá aos países “trabalharem em conjunto para reformar a ordem global e construir a paz, especialmente num momento em que ressurgem pressões proteccionistas e conflitos que penalizam os países mais pobres”. ”

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