Falando perante uma audiência no Senado na terça-feira, o Chefe da Casa Civil, Rui Costa, admitiu que o Brasil e o Paraguai chegaram a um “impasse” sobre as tarifas da eletricidade produzida pela Barragem de Itaipu – o enorme complexo hidroelétrico partilhado por ambos os países.

No início deste mês, Itaipu disse O Relatório Brasileiro que o orçamento para este ano ainda não foi aprovado “porque depende de negociações sobre o valor da tarifa”, que são realizadas pelos ministérios das Relações Exteriores dos dois países.

De acordo com o Tratado de Itaipu, assinado em 1973, Brasil e Paraguai têm direito a uma parcela igual de 50% da energia produzida pelo complexo de barragens. Devido ao seu pequeno tamanho em comparação com o Brasil, este acordo deixa o Paraguai com um vasto excedente de electricidade, que é obrigado a vender ao Brasil ao mesmo preço que paga.

“O presidente eleito (Santiago Peña, que assumiu o cargo em agosto de 2023) queria aumentar a tarifa de energia de Itaipu e o governo brasileiro não aceitou”, disse Costa à Comissão de Infraestrutura do Senado.

“Portanto, estamos, até hoje, sem uma solução definitiva, pois surgiu o impasse em relação à tarifa: o governo do Paraguai buscando aumentar o valor dessa tarifa e o governo brasileiro buscando reduzi-la”, disse. .

Enio Verri, chefe do lado brasileiro de Itaipu, disse aos senadores no ano passado que o Paraguai propôs um retorno à tarifa de US$ 20,75 cobrada em 2022, um aumento de 24% em relação à tarifa de US$ 16,71 em vigor no momento da audiência de terça-feira no Senado. No final de 2023, a tarifa foi aumentada provisoriamente para 17,66 dólares.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil e Santiago Penã se reuniram duas vezes para discutir o Anexo C, parte do acordo bilateral de Itaipu que estabelece suas regras financeiras, como as condições de fornecimento de energia, custo e receita do serviço de energia elétrica.

“Nosso foco hoje é negociar, o mais rápido possível, o chamado Anexo C, e estamos discutindo, dentro do governo, as mudanças que o Brasil pretende fazer no Anexo C, e isso está diretamente ligado à tarifa que nós estamos discutindo agora”, acrescentou Costa. Ele disse que as negociações das regras são “mais importantes” do que o valor da tarifa em si e que o resultado irá reduzi-lo “no médio e longo prazo”.

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