A demolição é feita pelo Sisep com aval do dono, que viu a casa da mãe ser invadida por usuários de drogas

A limpeza foi feita no terreno ao lado da casa de João, em Nhanhá (Foto: Henrique Kawaminami)

O aposentado João dos Santos, 68 anos, assistiu à demolição da casa da mãe, na Rua Luiz Louzinha, na Vila Nhanhá. “É um rompimento ver que estão derrubando e limpando tudo”, disse. O motivo é que, há quatro meses, o imóvel era usado por moradores de rua e usuários de drogas, tornando-se uma dor de cabeça para a família.

A demolição foi feita por equipe da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), sendo coordenada pela CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais) da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Três caminhões de lixo iam e voltam para limpeza. No total, foram cinco viagens para retirada de entulho.

Caminhão leva entulho e lixo no trabalho realizado hoje em Nhanhá (Foto: Henrique Kawaminami)
Caminhão leva entulho e lixo no trabalho realizado hoje em Nhanhá (Foto: Henrique Kawaminami)

João teve perna amputada por conta de trombose. Presidente, disse que tinha dificuldade em manter o terreno limpo e não tinha condições de mandar fazer o serviço. A mãe tem 97 anos e mora com outra filha. “Eu fico triste por ser a casa da minha mãe, mas, fazer o quê? Aqui na Nhanhá é assim, é tudo voltado para a droga. A droga leva tudo”.

A casa de João foi tomada pela droga há uns 4 meses, quando uma mulher invadiu o imóvel e o transformou em uma boca de fumo.

Luciana Santana, 31 anos, vizinha deles diz que a distribuição dos moradores de rua começou há uns três anos na área, a partir das ações de dispersão feitas na antiga Rodoviária, na Rua Dom Aquino. “Furtaram fios, cadeira, tudo que você deixa aqui na frente”, contornou.

Segundo ela, os moradores se mobilizaram contra a migração e foram até a prefeitura e liderança do bairro. Além da casa de João outra propriedade, na esquina, também era usada como moradia dos usuários.

Um vigilante de 48 anos, que mora no bairro e não quis se identificar, disse que a situação já era insuportável. “Jogam lixo, a casa já estava sendo invadida por escorpião, baratas, ratos”, contornou. Para ele, a demolição foi uma solução e diz que vão tentar fazer com que o terreno, limpo, seja usado como estacionamento da Igreja Santa Luzia, próximo do local.

João observa limpeza do terreno da mãe (Foto: Henrique Kawaminami)
João observa limpeza do terreno da mãe (Foto: Henrique Kawaminami)

Hoje, com aval do dono da casa, a casa foi demolida e o terreno limpo pelo. João também não se opõe que a área seja usada pela igreja.

O chefe do serviço de Controle de Leishmaniose e Doença de Chagas, Márcio Márcio Oliva, diz que a demolição e limpeza faz parte do trabalho em parceria com o Sisep.

A execução do serviço depende da autorização do proprietário do imóvel e do trabalho de encontrar essas pessoas pode demorar para a liberação. “A maior dificuldade são os espólios de herdeiros, difícil localizar o dono”. Há também os casos de cumprimento de determinação judicial.

Somente hoje, foram 5 imóveis limpo e/ou demolido. Na Avenida das Bandeiras, as equipes retiraram o entulho. O outro terreno está localizado na esquina das ruas Japão e Ouro Verde que, desde 2021 já faz parte do trabalho recorrente da coordenadoria. No último dia 5, conta, retiraram 18 caminhões de lixo e entulho.

Hoje, os antigos moradores viram de longe a limpeza da área. No terreno ao lado, ainda tentamos resgatar alguns pertences no meio dos escombros.

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