Vivek Murthy, chefe dos departamentos de saúde públicos dos Estados Unidos, fez um apelo ao Congresso do país: exige que as redes sociais tenham “selos de advertência”, semelhantes às embalagens de cigarro, para expor os perigos que elas representam para a saúde mental de crianças e adolescentes.
Murthy ocupa a carga de navegação-geral dos EUA, nome dado ao líder do sistema de saúde público no país. “A crise de saúde pública entre os jovens é uma emergência, e as redes sociais despontaram como um fator importante”, escreveu ele em um artigo publicado no jornal O jornal New York Times.
No texto, o médico cita estudos históricos de que adolescentes que passam mais de três horas por dia usando redes sociais têm riscos maiores de apresentar sintomas de ansiedade e depressão. Além disso, metade dos jovens dizem que as plataformas fazem com que eles se sintam mal sobre a própria aparência.
O selo pedido pelo movimento-geral seria semelhante ao apresentado nas embalagens de cigarro vendidas no país. É uma mensagem de três linhas, sem imagem, diferente das advertências presentes em maços e caixas vendidas no Brasil. E, como no caso do tabaco, para que a medida seja colocada em prática, o Congresso dos EUA precisaria criar uma lei autorizando a mensagem.
Governos investigam e processam redes sociais
O impacto das redes sociais na saúde mental dos adolescentes é uma questão em alta nos últimos anos. Em 2021, Frances Haugen, ex-funcionária da Meta, acusou a empresa de esconder resultados de pesquisas internacionais que demonstravam os perigos do Instagram para o bem-estar deste público.
Nos EUA, 41 estados processaram a Meta por descobrir ter enganado a população sobre os danos que suas possibilidades poderiam causar a crianças e adolescentes.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, do Partido Republicano, sancionou uma lei que proíbe que menores de 14 anos tenham contas nas redes sociais; menores de 16 precisam de consentimento dos pais para acessar as plataformas.
No estado de Nova York, a governadora Kathy Hochul, do Partido Democrata, prometeu sancionar uma lei para proibir o uso de algoritmos nos feeds de crianças e impedir que as empresas compartilhem informações de usuários menores de 18 anos.
O assunto também tem repercussão fora dos EUA. A União Europeia vai investigar Facebook e Instagram estimulam comportamentos viciantes em crianças e adolescentes.
Com informações: Imprensa Associada, Eixos, A beira, CNN