Contra mudança, arquiteto defende Plano Diretor: “está preparado para comportar a urbanização em Campo Grande”

Arquiteto e urbanista, Ângelo Arruda fala sobre Plano Diretor. (Foto: Lennon Almeida)

De um lado ‘os vazios urbanos’ da cidade e do outro a ‘verticalização’ dos bairros. Desde 2014, o arquiteto e urbanista Ângelo Arruda pondera esses dois pontos quando o assunto é planejamento urbano e elaboração do PDDUA (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Campo Grande).

Mesmo com muitas áreas desocupadas dentro da cidade, a Câmara Municipal de Campo Grande aprovou no mês passado uma ampliação do perímetro urbano, sob justificativa para suportar o crescimento da Capital. Na prática, novos empreendimentos poderão ocupar faixa rural, ou o que vai contra o PDDUA, critica Ângelo Arruda.

Há 10 anos, período que fez pesquisa sobre o tema, que rendeu 200 páginas, Ângelo explica que os vazios urbanos da cidade chegaram a 40%. O percentual somado à preferência do mercado imobiliário por determinados bairros das sete regiões levou à criação de três categorias de ocupação previstas no PDDUA.

'Vázios Urbanos'  apontadas em pesquisa de 2014 pelo arquiteto.
‘Vazios Urbanos’ apontados em pesquisa de 2014 pelo arquiteto.

Ou seja, em 2017, o arquiteto e urbanista trouxe soluções para comportar e resolver a necessidade de ‘espalhar’ a urbanização em Campo Grande. Uma delas foi o ‘mini’ anel rodoviário que já está consolidado.

Em relação à justificativa dos vereadores, Ângelo explica que existem bairros em Campo Grande com capacidade de comportamento até três vezes mais moradores. “Para mais ou menos uns dois terços da cidade, que está em volta do mini anel rodoviário, o plano prevê 55 habitantes morando por hectare. A Chácara Cachoeira tem 19, ou seja, tem espaço para ter três vezes mais a quantidade de pessoas”, afirma.

O espaço não se limita somente ao Bairro Chácara Cachoeira. No Itanhangá, por exemplo, o arquiteto aponta que existem casas que ocupam um único lote de mil metros quadrados. O modelo de estrutura, conforme ele, não acompanha o padrão de vida atual.

“As pessoas não têm mais a condição de viver em uma casa de mil metros quadrados, tem que ter oito empregados, uma família toda em volta. Os pais não ficam mais nesse espaço, já sentem que não precisam ficar gastando dinheiro com a casa”, fala.

É nesse aspecto que a verticalização entra em cena pelo Plano Diretor. A verticalização no caso é o processo de crescimento vertical da cidade onde edifícios são preteridos no lugar de casas. A proposta, conforme Ângelo Arruda, garante melhor aproveitamento do perímetro urbano. Há sete anos, após muitos debates, esse foi um dos pontos aprovados no PDUA.

“Depois de muita audiência pública, discussão, conseguiu colocar que a ampliação para verticalizar, para podermos termos um solo mais adensado, ocupado”, destaca.

Mas, bem antes de 2017, a cidade já vem sendo preparada pelo urbanismo para o processo de expansão que ocorre na atualidade. Expansão que o especialista defende que ocorre na área urbana da cidade, que só tem a ganhar com o preenchimento dos ‘vazios’.

“A segurança pública na cidade vem junto com o adensamento e por fim a riqueza coletiva de impostos, empregos e serviços”, pontua.

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