Em Fevereiro de 2022, após a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, empresas ocidentais, incluindo Amazon e Apple, saíram do mercado russo.

Estes empresários entraram no mercado russo em busca de maiores lucros, aproveitando a oportunidade económica, e registaram-se em plataformas de comércio eletrónico russas como Ozon.ru.

Aproveitaram a elevada procura de hardware informático, um sector que ficou vulnerável pela ausência de fornecedores ocidentais devido às rigorosas sanções dos EUA e da UE.

As sanções visavam bloquear o fornecimento de tecnologias específicas, como certos componentes de computador e semicondutores.

No entanto, abriram inadvertidamente oportunidades para as empresas chinesas.

Comércio e tensões tecnológicas: o papel da China na Rússia em meio a sanções. (Foto reprodução na Internet)

Apesar dos desafios, incluindo os controlos de exportação dos EUA sobre itens como GPUs, os seus empreendimentos prosperaram, produzindo margens de lucro muito superiores às dos seus mercados nacionais.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestou preocupação sobre o papel da China no apoio aos esforços militares da Rússia, fornecendo microeletrónica sensível, entre outros bens.

Durante uma visita a Pequim, Blinken alertou para medidas mais rigorosas, a menos que a China reduza as suas relações com a Rússia. Ele destacou as sanções existentes contra mais de 100 entidades chinesas.

Isto sublinha tensões significativas entre os EUA e a China relativamente às interacções económicas com a Rússia.

Apesar das pressões internacionais, o influxo de produtos chineses na Rússia cresceu significativamente.

A investigação do Atlantic Council mostrou que, embora as importações russas inicialmente tenham diminuído para metade após a invasão, recuperaram à medida que os exportadores chineses intervieram.

A indústria automotiva, por exemplo, teve um aumento de 900% nas importações em relação a 2019.

Em 2023, aproximadamente 90% das importações de microeletrônicos da Rússia eram da China, segundo a Reuters.

Tecnologia chinesa em equipamento militar russo

O Instituto da Escola de Economia de Kiev (KSE) notou a presença de componentes de gigantes chineses como Huawei e Lenovo em equipamentos militares russos recuperados em campos de batalha.

Isto indica a capacidade da Rússia em contornar sanções através de novas cadeias de abastecimento e negociações no mercado negro.

Incorporam tecnologias concebidas pelo Ocidente, como chips e drones para uso militar.

O comércio em curso de bens de dupla utilização e de tecnologias civis adaptáveis ​​para aplicações militares permanece controverso.

Embora oficialmente neutras, as ações da China sugerem uma postura diferenciada, equilibrando os ganhos económicos com o potencial para críticas internacionais.

Esta narrativa sublinha a complexa dinâmica das cadeias de abastecimento globais, da diplomacia e das estratégias económicas em tempo de guerra.

À medida que as sanções se esforçam por minar as capacidades militares da Rússia, a robustez duradoura destas cadeias de abastecimento ilustra as limitações das sanções numa economia global profundamente interligada.

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