A Nicarágua lamentou recentemente a morte de Carlos Tünnermann, um antigo ministro da Educação que liderou uma campanha de alfabetização de enorme sucesso num dos países mais pobres da América Latina na década de 1980.

Tünnermann, que morreu aos 90 anos, serviu como chefe da educação desde o início da revolução sandinista de 1979, desempenhando um papel central na chamada Cruzada pela Alfabetização da Nicarágua, que reduziu as taxas de analfabetismo de 52 para 13 por cento na década de 1980 e ganhou um Prêmio UNESCO no processo.

Mais de 100 mil professores e colaboradores da Nicarágua e do exterior participaram do programa, muitos deles voluntários. As famílias das crianças também tiveram um papel activo, com especial ênfase nas zonas rurais, onde a incapacidade de ler ou escrever atingiu até 75 por cento dos agregados familiares.

Tünnermann juntou-se ao movimento sandinista durante a sua primavera, mas “mais devido a um compromisso ético com a transformação social do que por causa de filiações partidárias”, disse o especialista em história da Nicarágua Fred Maciel. O Relatório Brasileiro.

Eventualmente, o Sr. Tünnermann se tornaria um crítico do movimento, junto com vários outros ex-revolucionários. Comparando-o à família de direita Somoza que uma vez conspiraram para derrubar, Tünnermann disse que o presidente e ex-sandinista Daniel Ortega se transformou num “novo ditador dinástico”.

Mas o seu notável legado significou que o presidente ainda prestou homenagem ao Sr. Tünnermann após a sua morte.

Através de uma nota à imprensa, o governo Ortega reconheceu as “contribuições especiais e valiosas do ex-ministro da Educação para ensinar a nação a ler e escrever”, optando por ignorar…

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