Família registrou boletim de ocorrência relatando que houve demora no atendimento

Marcelly tinha 33 anos, era assistente social e fazia bolos por encomenda (Foto: Reprodução/Redes sociais)

O corpo de Marcelly Almeida passou por exames detalhados nesta manhã (24), no Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) do Bairro Vila Ipiranga, em Campo Grande. Ainda não se sabe o que a levou a ter uma parada cardiorrespiratória e morrer na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, no dia anterior.

A mulher tinha 33 anos e trabalhava como assistente social no Cotolengo, que cuida de pessoas com paralisia cerebral na Capital. Fazia bolos e outros doces por encomenda também, para complementar a renda. Ela deixa duas filhas, uma de 15 e outra de 12 anos.

O marido e a irmã de Marcelly registraram boletim de ocorrência, para que possível demora no atendimento que ela recebeu na unidade seja apurada. De acordo com o registro policial, ela chegou à unidade por volta das 13h, e se passou aproximadamente duas horas “do primeiro pedido até a vítima ser socorrida”.

Ela relatou dores no peito, diarreia, vômito e dificuldade respiratória. O relatório médico citado no boletim afirma que o assistente social teve uma parada cardiorrespiratória e, após nove tentativas de reanimação, morreu por volta das 16h45.

Fachada da UPA Coronel Antonino, onde Marcelly compareceu atendimento (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)
Fachada da UPA Coronel Antonino, onde Marcelly compareceu atendimento (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)

Na delegacia, o marido também reclamou ter esperado muito para ter informações sobre o estado de saúde da esposa. “Depois que a vítima entrou em uma das salas da unidade, o comunicador não teve mais nenhum contato, e recebeu a notícia de que a mesma teria vindo a óbito”, diz trecho do registro.

Suspeito – Tia do marido de Marcelly, Marli Lima afirmou à reportagem que um assistente social relatou se sentir mal ontem, e que se falou em suspeita de dengue. “Mas ainda não se sabe, ela estava tão indisposta”, disse.

Os outros familiares estão abalados e preferiram não se manifestar no momento, ainda mais porque a filha mais velha do assistente social fará aniversário neste sábado (27), segundo Marly.

Nas redes sociais do Cotolengo, colegas de trabalho expressaram surpresa com a morte de Marcelly, e relataram que ela foi vista alegre e disposta no trabalho, na semana passada.

Um assistente social trabalhou há 4 anos e meio na organização. O padre Valdeci Marcolino, coordenador do local, afirma que a perda é recebida com muita tristeza. “Uma assistente social cheia de muito amor e cuidado com as pessoas. Estava sempre com um sorriso no rosto e com muito carinho no atendimento às pessoas assistidas na obra”, disse.

Velório – Conforme informado aos familiares, a previsão é que o corpo seja liberado às 12h de hoje, e que o velório comece às 13h. Uma celebração ecumênica deverá ser feita em homenagem à funcionária, disse também o padre Valdeci.

Ele aconteceu na capela da Sagrada Família, que fica ao lado do Cotolengo, e está localizado na Rua Jamil Basmage, 996, no Bairro Mata do Jacinto.

O que diz Secretaria – A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), responsável pelas UPAs de Campo Grande, foi questionado sobre possíveis notificações de suspeitas de dengue e se apura possíveis falhas no atendimento à Marcelly. Não houve retorno até a publicação desta matéria.

Ontem, a massa invejosa a seguinte nota à imprensa sobre o caso:

A Sesau esclarece que um paciente deu entrada na UPA Coronel Antonino no início da tarde de hoje, passou por classificação e recebeu a cor amarela, sendo encaminhada diretamente para atendimento médico. Ela apresenta em observação, sendo medicada e monitorada os sinais específicos no setor de estabilização da unidade, e que devido ao rápido agravamento do quadro clínico precisou ser encaminhada para a sala de emergência. Na sala de emergência, devido à piora do estado clínico, o paciente evoluiu com uma parada cardíaca, sendo intermediado pela equipe de emergência, porém, sem sucesso. A Sesau também informa que todos os procedimentos aconteceram dentro do tempo protocolar, conforme a classificação de risco, lamentar o falecimento do paciente e aguardar os resultados dos exames para a elucidação diagnóstica”.

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