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Crítica de “A Filha do Rei do Marsh”: Daisy Ridley se transforma em predadora

Helena (Margarida Ridley), a personagem-título de “A Filha do Rei do Pântano”, é uma mulher que vive o que ela considera uma existência segura e confortável de classe média – assim como os heróis de “Cape Fear” ou “Straw Dogs”. E como esses personagens, ela foi arrancada de seu casulo por um homem com intenções vingativas. Neste caso, o invasor-perseguidor hipócrita é seu pai, Jacob (Ben Mendelsohn), que a criou em uma cabana no deserto pantanoso da Península Superior de Michigan, ensinando-a a caçar e sobreviver. Nas primeiras cenas do filme (flashbacks da infância de Helena, onde ela é interpretada por Brooklynn Prince, a talentosa atriz de “The Florida Project”), quase poderíamos estar assistindo a uma versão off-the-grid da história de Laura Ingalls Wilder, como Helena bebe nas habilidades da floresta ensinadas por Jacob, com cada lição marcada por uma tatuagem caseira (ele pinta um cervo em seu pescoço quando ela mata pela primeira vez).

Como descobrimos, porém, este Pa não é um patriarca benevolente. Ele é um criminoso violento que sequestrou a mãe de Helena quando ela era adolescente; ela engravidou, e seu clã de volta à natureza vive na floresta em um estado de coerção oculta desde então. Helena, de 10 anos, não sabe nada disso. Mas mesmo depois que sua mãe (Caren Pistorius) empreende uma fuga bem-sucedida, levando Helena na motocicleta de um estranho (depois que seu dono é baleado e morto por Jacob), a lealdade da garota permanece não com sua mãe devastada, deprimida e com transtorno de estresse pós-traumático, mas com o homem da fronteira. pai, ela cresceu adorando como um deus.

Então, quando Helena se torna adulta e Jacob foge de uma van da prisão e volta para buscá-la, ela não está apenas tentando se defender de um vilão agressor. Ela está lutando contra algo dentro de si mesma: o fato de que seus sentimentos mais profundos de identidade foram moldados pelo pai monstro que ela ainda ama.

Pelo menos, essa é a ideia por trás do romance best-seller de Karen Dionne de 2017, no qual “A Filha do Rei Marsha” se baseia. O filme está sendo comercializado como um thriller “psicológico”, mas psicologia é o que falta. É mais como “Cape Fear” reduzido a uma sequência de “Predator”. O diretor, o às vezes habilidoso Neil Burger (“Limitless”, “Divergente”), cria alguma tensão no terço intermediário, onde acompanhamos a vida de Helena no baixo Michigan com seu marido, Stephen (Garrett Hedlund), e sua própria filha, Marigold. (Joey Carson). Os três ficam confusos com a notícia de que Jacob, o Rei do Pântano, escapou. O fato de ele ser conhecido como Rei do Pântano é um pouco brega. (Este é um apelido de tablóide ou o nome que ele escolheu para si mesmo? Parece ambos.) E Helena, ao tentar ficar longe de Jacob, nunca contou ao marido sobre seu passado. Quando ele fica sabendo disso, ele fica com raiva. Como ela poderia tê-lo mantido no escuro? Mas, como ela talvez aponta corretamente, se ela tivesse sido mais honesta, eles poderiam nunca ter passado do primeiro encontro.

Jacob, o Rei do Pântano, paira sobre a ação, e o melhor do filme é a grande ansiedade vivida por Helena quando ele ainda não apareceu. Ela pode sentir seu espírito. No entanto, mesmo quando Daisy Ridley age com uma urgência cautelosa, o resultado é que Helena, criada não por lobos, mas por uma espécie de lobo humano, é considerada uma caçadora até os ossos. E Ridley não tem essa qualidade; ela é muito refinada. Eu acreditava nela como a heroína da última trilogia “Star Wars”, mas em “A Filha do Rei dos Pântanos” não olhamos para Daisy Ridley e vemos um espírito animal interior, um chamado da natureza.

A natureza acena para ela voltar, é claro. A única maneira de Helena acabar com o demônio de seu pai é retornar à Península Superior – uma espécie de bayou ao norte – e confrontá-lo lá. Como o Jacob que vemos em flashbacks, Ben Mendelsohn, embora com uma barba de aparência falsa, evoca uma aura formidável; vemos como ele é um patriarca peludo e um psicopata ao mesmo tempo (que é a maneira do filme dizer que o patriarcado é psicopata). Mas como o Jacob mais velho, grisalho e um pouco barrigudo, ele é um destruidor desleixado, sem aquele toque da nobreza distorcida de Davy Crockett. O confronto entre Helena e Jacob, para o qual tudo está se construindo, não é emocionante nem distinto. É apenas uma sequência de ação mecânica, sem medo no trabalho. O filme deveria ter se chamado “Cape Mere”.

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