É difícil quem não conhece os nomes das principais vias, mas a história e o motivo podem gerar mais dúvidas

Vista parcial de Campo Grande com Afonso Pena no centro. (Foto: Acervo/Arquivo Histórico de Campo Grande)

Dia de #TBT também pode ser o momento de testar os conhecimentos e, por aí, você conseguiria refletir sobre as fotos das primeiras ruas de Campo Grande, explicar o motivo de seus nomes e as histórias que fazem parte de seus anos de formação? Desde homenagens a governantes até narrativas com cabarés, os anos iniciais da cidade têm um pouco de tudo.

Guardando parte da história da cidade, o Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) reúne esses contextos e curiosidades em formatos diversos. Além das fotografias, mapas e cadernos de registros públicos ajudam a contar sobre as narrativas envolvidas no município, como conta a técnica do arquivo, Valdelir Alves.

Apesar das buscas serem mais intensas no mês de agosto, com o aniversário da Capital, ela narra que pesquisadores e curiosos sempre aparecem no Arca (localizado na Rua Brasil, 464). E com parte de seu acervo é que o assunto de hoje são as primeiras ruas da Capital.

(Arte: Bárbara Campiteli)
(Arte: Bárbara Campiteli)
(Arte: Bárbara Campiteli)
(Arte: Bárbara Campiteli)

Começando pelas ruas 7 de Setembro e 13 de Maio, ambas são do início do século XX. A partir de registros em livros, jornais, relatos e documentos, o Arca apresenta que a 7 de Setembro se divide entre sentimentos.

Isso porque de um lado havia o apelido de “Rua Alegre” ou “Ruas das Alegrias” devido aos seus cabarés, bares e festas. Mas, por outro lado, os crimes também eram muito comuns, “os crimes da Rua 7 de Setembro eram todos contra a pessoa, violências por motivos diversos. Alguns praticados por bandidos profissionais, outras consequências das emoções e paixões exacerbadas pelo álcool”, descreve a publicação do arquivo.

Em relação ao seu nome, a 7 de Setembro ganhou esse título desde o alinhamento das ruas em 1909 como uma homenagem à Independência do Brasil.

A 13 de Maio, por sua vez, foi uma homenagem à Lei Áurea e também foi nomeada no alinhamento de 1909. Diferente de outras vias da cidade que passaram por várias mudanças de título, a 13 segue com o mesmo nome desde o início.

Marcadas pela primeira igreja da cidade, as ruas 15 de novembro e Calógeras contam com uma das fotografias mais antigas de Campo Grande. Nelas é que foi construída a capela de Santo Antônio.

Capela de Santo Antônio, localizada em 15 de novembro com a Calógeras.  (Foto: Acervo/Arquivo Histórico de Campo Grande)
Capela de Santo Antônio, localizada em 15 de novembro com a Calógeras. (Foto: Acervo/Arquivo Histórico de Campo Grande)

O título de 15 de novembro segue a mesma lógica das ruas citadas acima e homenageia a Proclamação da República, sendo assim nomeada em 1905. Já as Calógeras passaram por mudanças de nomes.

No primeiro arrasto da cidade, ela tinha o nome de Santo Antônio e em 1912 é que se tornou uma homenagem ao engenheiro e ministro João Pandiá Calógeras. Na época, ele foi o responsável pela instalação da 9ª Região Militar e Comando Militar do Oeste em Campo Grande.

Diferente das homenagens nacionais, a Rua 14 de Julho se refere à queda da Bastilha, um marco da Revolução Francesa. Segundo o acervo do Arca, essa foi uma ideia do vereador Miguel Garcia Martins, que legislou entre 1909 e 1911.

A história de 14 de Julho envolveu sua nomeação popular como “Beco”, já que existia um trilheiro sem saída. No final da década de 1900, ela ganhou o nome atual, mas depois passou a se chamar Aníbal de Toledo como uma homenagem ao então “presidente” de Mato Grosso.

Depois, João Pessoa foi chamado para homenagear o candidato à vice-presidência do Brasil e que foi assassinado. Mas, em 1914, voltou a se chamar 14 de Julho, já que a população continuava a conhecer-se assim.

(Arte: Bárbara Campiteli)
(Arte: Bárbara Campiteli)
(Arte: Bárbara Campiteli)
(Arte: Bárbara Campiteli)

Tendo se tornado a principal avenida da cidade, a Afonso Pena foi nomeada Marechal Hermes no arruamento de 1909. Mas, em 1916, ganhou o título atual para homenagear o presidente que aprovou o traçado da Noroeste do Brasil, que mudou os rumores de Campo Grande com a chegada da ferrovia.

Entre as curiosidades envolvendo Afonso Pena está que, segundo o Arca, a avenida era ponto não apenas de taxistas, mas de choferes. Também no século passado, o antigo Cine Alambra foi localizado por ali e tinha seus dois mil lugares.

E, para fechar as curiosidades do #TBT de hoje, a Dom Aquino já foi uma homenagem ao fim da Guerra do Paraguai. Por isso, se chamou 1ª de Março (já que a guerra acabou nesta data, em 1870).

Mas, em 1919 começou a se chamar Dom Aquino para homenagear o “presidente” de Mato Grosso, Francisco de Aquino Corrêa. O governante se tornou sacerdote em 1909 e, em 1915, se tornou o bispo mais jovem do mundo (na época). Ele governou Mato Grosso entre 1918 e 1922.

Dom Aquino, entre 13 de maio e 14 de julho (Foto: Acervo/Arquivo Histórico de Campo Grande)
Dom Aquino, entre 13 de maio e 14 de julho (Foto: Acervo/Arquivo Histórico de Campo Grande)
(Arte: Bárbara Campiteli)
(Arte: Bárbara Campiteli)

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