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De novo, acusado de matar mulher alega que tentou acalmá-la com “mata-leão” – Capital

Em júri, Tamerson afirma que não tinha a intenção de matar Natalin Nara Garcia, mas tentou impedir agressões

Repetindo as mesmas versões sobre a noite do crime que tirou a vida de Natalin Nara Garcia Freitas Maia aos 22 anos, o réu Tamerson Ribeiro Lima de Souza disse, durante depoimento no Tribunal do Júri, que não tinha intenção de matar a esposa e só tentou acalmá-la com “mata-leão”.

Orientado pelo advogado João Ricardo Batista de Oliveira a responder somente aos questionamentos do juiz Aluízio Pereira dos Santos, Tamerson disse que no dia do crime Natalin chegou bêbada em casa e estava muito alterado. “Me bateu, queria quebrar as coisas e eu tentando enganar ela. Tentando apaziguar a situação. Fui conter ela aí, ela já caiu e não pensei certo. Eu realmente só quis que ela cessasse as agressões, não tinha sabedoria para agir”, afirmou.

Questionado sobre ter jogado o corpo de Natalin às margens da BR-060, saída para Sidrolândia, área rural de Campo Grande, o réu preferiu ficar em silêncio.

Os advogados de Tamerson descobriram no plenário a forma em que o réu agiu para tentar contar a vítima, cena que serviu para “esclarecer” para os jurados que o acusado não deu mata-leão em Natalin.

O depoimento durou uma hora e durante sua fala, Tamerson se manteve calmo. A disse defesa ao réu que aquela era a hora de se defender e disse se ele queria dizer algo e ele aproveitou a chance para pedir perdão. “Eu queria pedir desculpas a todos, aos familiares e amigos de Natalin, a todos aqueles que eu prejudiquei ou magoei. Eu cometi um erro, fiz uma coisa que não estava prevista. Tomei atitudes erradas que vão contra tudo aquilo que eu sou”, finalizou.

Tamerson durante depoimento no Tribunal do Júri (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

Testemunhas – Ouvida diante de sete jurados, Alcilete Albuquerque de Freitas negou que neta usava drogas, motivo para crise no relacionamento, segundo Tamerson.

Desde a época em que foi preso e interrogado na Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), Tamerson alegou que Natalin se entorpecia, bebia, se descontrolava e por isso as brigas entre eles eram frequentes.

O depoimento da avó da vítima no Tribunal do Júri durou 15 minutos. Alcilete pediu que o réu fosse retirado do plenário para que pudesse falar. Ela mora em Paranaíba e chegou em Campo Grande nesta terça-feira (26), às 20h30. Ouvida como declarante – quando a testemunha tem envolvimento emocional com alguma das partes -, a mulher revelou que Natalin morou com ela até os 14 anos e definindo a neta como “meiga e educada”.

Abalada, Alcilete disse que a neta e o réu brigavam muito. Encarando os jurados, a mulher disse “Sei que todo mundo erra, mas falar que ela mexia com droga isso é uma mentira”, afirmou. Além disso, a avó relatou que, antes de morrer, Natalin chegou a comentar com ela que iria dar fim no casamento. “Ela disse ‘vó, vou separar do Tamerson, ele tá dando dinheiro pra outra mulher’”.

Quem também foi ouvida, mas através de videoconferência porque mora em Sonora, foi a madrasta da vítima, Simone Vilela de Jesus, que foi arrolada no processo pela defesa do réu. Denominada como “mãe de criação” de Natalin, a mulher contornou que foi casada com o pai da jovem e que chegou a morar com eles uma época. Questionada sobre o relacionamento do casal, Simone relatou que chegou a morar 30 dias com os dois, mas que neste período nunca presenciou cenas de agressões. “Minha mãe que também estava comigo na casa deles disse que Tamerson era muito calado. Teve uma briga que a Natalin começou a tacar as coisas nele e ele só falou ‘tá bom’”.

Simone afirmou ainda que os dois já tinham separado, mas acabaram reatando. “Ele largava dela, ela largava dele. Mas ele sempre ia atrás dela e eles acabavam voltando. Ele não pagava faculdade dela, sei que ele ajudou algumas vezes”.

Para a promotora Luciana do Amaral Rabelo, Simone disse que, na época do crime, Tamerson ligou para ela e inventou que Natalin tinha sumido. “Disse que estava sem notícias, essa ligação foi umas 19h”.

Foto do casal publicada por Tamerson na rede social. (Foto: Facebook/Reprodução)

Crime – Natalin foi assassinado em fevereiro de 2022 e seu corpo encontrado às margens da BR-060, saída para Sidrolândia, área rural de Campo Grande. À polícia, Tamerson Souza alegou ter sido agredido pela esposa, que chegou embriagada e sob efeito de drogas. Para se defender, tentei garantir a aplicação de um golpe mata-leão e a mulher desmaiou.

O ex-militar justificou que não teve intenção de matá-la. Com medo de ser preso, colocou o corpo nas portas do veículo e, no outro dia, levou a filha para a escola com o corpo dentro do carro. Ele deixou a menina e depois batidas para a rodovia, onde caiu o cadáver em meio a um matagal.

Quando a polícia chegou à casa do casal e questionou sobre Natalin, disse que a esposa tinha ido embora. Também tentei despistar as amigas dela, respondendo as mensagens no celular e se passando pela vítima. Segundo investigação, chegou a dizer para a filha, antes de o corpo ser localizado, que a mãe passou mal e morreu no hospital.

Oito meses depois, Tamerson enviou no banco dos réus e foi considerado considerado culpado por homicídio qualificado por motivo torpe (desprezível) e emprego de asfixia. O júri também o considerou acusado de ocultação de cadáver. A vitória da defesa de Tamerson foi conseguir excluir a qualificadara do feminicídio da sentença. Os advogados João Ricardo Batista de Oliveira e Talita Dourado conseguiram convencer que a vítima provocou o réu e que ele sofria agressões em casa.

O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, fixou as penas em 21 anos e 4 meses de homicídio por e 2 anos e 40 dias por tentar se livrar do corpo.

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