O dia 30 Festival de Cinema de Sarajevo prestará homenagem ao diretor palestino Elias Suleiman em reconhecimento à sua “notável contribuição para a arte do cinema”. O cineasta será agraciado com o Prêmio Honorário Coração de Sarajevo e homenageado com uma retrospectiva de suas obras selecionadas na programação “Tribute to” do festival.
Suleiman foi convidado em Sarajevo em 2019, onde seu filme “It Must Be Heaven” foi exibido no programa Open Air. O filme recebeu menção especial do júri em Cannes no mesmo ano. Ele também atuou como presidente do júri em Sarajevo em 2016 e foi convidado do festival em 2013.
Jovan Marjanović, diretor do festival, disse que “a linguagem universal do cinema de Suleiman fala de valores e emoções humanas fundamentais: medo e esperança, lar e pátria”.
Ele acrescentou: “Com sua sagacidade, humor e visão profunda que são sua marca registrada, ele navega pelas complexidades de nossa existência, lançando luz sobre os absurdos da vida com clareza e pungência incomparáveis, retratando o espírito e a identidade da Palestina com um estilo autoral único. Agora, nos tempos mais sombrios da sua terra natal, o seu trabalho serve como um farol de compreensão, lembrando-nos do poder da narrativa para inspirar um diálogo significativo.”
Nascido em 1960 em Nazaré, Suleiman viveu em Nova York de 1981 a 1993. Enquanto esteve nos EUA, dirigiu seus dois primeiros curtas-metragens, “Introdução ao Fim de uma Argumento” e “Homenagem por Assassinato”, ganhando vários prêmios.
Em 1994, instalou-se em Jerusalém, onde a Comissão Europeia lhe confiou a missão de criar um Departamento de Cinema e Media na Universidade de Birzeit.
Seu primeiro longa-metragem, “Crônica de um Desaparecimento”, ganhou o prêmio de melhor primeiro filme no Festival de Cinema de Veneza de 1996. Em 2002, “Intervenção Divina” ganhou o prémio do júri e o Prémio da Crítica Internacional Fipresci em Cannes, bem como o prémio de melhor filme estrangeiro nos European Film Awards.
Em 2007, foi escolhido como um dos 35 diretores de “To Each His Own Cinema”, filme coletivo comemorativo dos 60 anos de Cannes. Seu longa-metragem “The Time That Remains” esteve na competição oficial de Cannes em 2009.
Em 2012, concluiu o curta “Diário de um Iniciante”, parte do longa coletivo “7 Dias em Havana”. O filme esteve em Un Certain Regard em Cannes. Seu último longa-metragem, “It Must Be Heaven”, ganhou menção especial do júri em Cannes em 2019 e prêmio Fipresci.
Suleiman participou de vários festivais como membro do júri, incluindo Cannes e Veneza. Ele foi nomeado Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres pelo Ministério da Cultura francês em 2020. Suleiman recebeu o prêmio de conquista no cinema mundial da European Film Academy em 2022.
Suleiman atua atualmente como consultor artístico do Doha Film Institute.