Falha na segurança da Penitenciária Federal de Mossoró foi revelada pela Operação Omertà
Dois detentos que cumpriram pena na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, o mesmo que abrigava Jamil Name Filho, nome conhecido em Mato Grosso do Sul e apontado como chefe de milícia que executava desafetos no Estado, há 4 anos. A fuga, descoberta na manhã desta quarta-feira (14), entra para a história como a desde a entrega dos três primeiros presídios federais brasileiros, em 2006.
Inaugurada em 2009, a unidade de Mossoró é a única do Nordeste. Com 13 mil metros quadrados, abriga mais de 200 detentos.
Além de Jamilzinho, que ingressou no presídio do Rio Grande do Norte, em 5 de novembro de 2019, também está na unidade, Marcelo Rios, o ex-guarda civil metropolitano de Campo Grande apontou como “gerente” da milícia descoberta por Name e pivô da Operação Omertà, que desarticulou a organização criminosa.
Outros presos da força-tarefa já estão na unidade, mas conseguem deixar o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), método com regras mais rígidas de segurança para a manutenção de presos. As transferências para o sistema penitenciário federal aconteceram após a descoberta do plano para matar o delegado titular do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), Fábio Peró, que estava sendo tramado na cela 17 do Centro de Triagem do Complexo Penal de Campo Grande.
Falha na segurança Também foi a Omertà que revelou falhas no sistema prisional concebido para ser o mais seguro do País. Em março de 2020, a segunda fase da operação, fez buscas contra alvos investigados em suposta trama para matar autoridades. A intenção do Nome foi descoberta após bilhete escrito em papel higiênico foi interceptado.
O detento da cela onde o manuscrito foi encontrado delatou o esquema para a comunicação entre presos em Mossoró. As mensagens eram escritas em papel higiênico, usando “só a pontinha da caneta”, depois passadas de cela em cela, por baixo da porta ou por fresta que existe entre os alojamentos. Os envolvidos tomaram o cuidado de agir quando as luzes estavam desligadas, para não serem pegos pelas câmeras de segurança.
Quando chegou ao destino final, o bilhete foi destruído e jogado no vaso sanitário, explicado. De lá para fora, o depoente informou que as visitas permitidas, entre eles advogados, tratavam de condução a informação ao destino.
Uma fuga – De acordo com apuração da Tribuna do Norte, os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento. Ambos foram transferidos do sistema prisional do Acre para a unidade em setembro do ano passado.
Ainda segundo o jornal potiguar, no início da manhã, os agentes penitenciários não tinham ideia de como as detenções foram concluídas, deixando o local. O Ministério da Justiça e a direção da unidade ainda não se manifestaram oficial, mas a operação policial foi desencadeada nas ruas do Rio Grande do Norte numa tentativa de recapturar os dois presos.
Deibson, conhecido como “Deisinho”, estava preso desde agosto de 2015 e já passou pelo Presídio Federal de Catanduvas (PR). Ele tem condenações e respostas por assaltos, furtos, roubos, homicídio e latrocínio. Rogério, o “Tatu”, também tem extensa ficha criminal. Ambos, conforme o jornal O Globo, estavam entre os presos que participaram da rebelião ocorrida em julho de 2023 no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco (AC). Durante a ação, cinco detentos foram executados, decapitados e esquartejados.
Rodízio – Também é interno em Mossoró, nome conhecido do crime organizado que saiu recentemente da Penitenciária Federal de Campo Grande, durante rodízio de presos. Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, apontou como uma das principais lideranças do Comando Vermelho, foi levado para a unidade no dia 10 de janeiro.
Os dois presos que fugiram também seriam membros da facção criminosa fundada no Rio de Janeiro.
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