A economia do Peru contraiu-se inesperadamente em Março, surpreendendo os analistas que previam um crescimento moderado.
O Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI) informou que o índice de atividade económica, proxy do PIB, caiu 0,28% face ao mesmo mês do ano passado.
Os analistas previam um crescimento de 0,8%, mas apenas um antecipou uma contração. Além disso, a produção caiu 0,29% em relação ao mês anterior.
Esta comparação anual reflecte flutuações sazonais, nomeadamente no sector da pesca do biqueirão, que caiu mais de 30%.
Além disso, o Peru teve mais feriados em março deste ano em comparação com 2023 devido ao fim de semana da Páscoa.
Estes factores, combinados com desafios económicos persistentes, destacam uma recuperação lenta do Peru.
A Presidente Dina Boluarte continua a lutar contra o crescimento económico no meio de numerosos escândalos de corrupção. A contração de março seguiu-se a dois meses consecutivos de crescimento e uma recessão em 2023.
No entanto, o Banco Central continua optimista, esperando uma aceleração do crescimento nos próximos meses e projectando um aumento global da produção de 3% para o ano.
Os preços mais elevados do cobre deverão apoiar esta expansão, uma vez que o Peru é um produtor global significativo.
No primeiro trimestre do ano, a economia cresceu 1,38% em relação ao mesmo período de 2023. Os números oficiais do PIB do trimestre serão divulgados em breve.
Visão Geral Econômica
O declínio em Março foi parcialmente influenciado pelo forte impacto do ciclone Yaku, que causou inundações e deslizamentos de terra, perturbando as rotas normais de transporte.
Os indicadores de alta frequência do BBVA Research mostram a continuação da fraqueza do consumo privado e do investimento total em abril.
O Scotiabank projectou uma recuperação tímida em Abril, estimando um crescimento superior a 2% quando os efeitos dos conflitos sociais e do ciclone Yaku diminuíssem.
Os primeiros indicadores, como a produção de electricidade e o investimento público, sugerem um aumento da procura interna e do consumo privado em Abril.
A inflação continua a ser uma preocupação, mas o Banco Central pretende mantê-la dentro dos limites das metas. O BBVA Research espera que a inflação termine o ano em torno de 2,6%, com novas reduções em 2025.
A instabilidade política e os factores externos, como as elevadas taxas de juro globais e os potenciais impactos climáticos, acrescentam incerteza às perspectivas económicas do Peru.
Contudo, o sentimento geral é cautelosamente optimista, com sinais de recuperação no horizonte.