Três familiares de Bruna Moraes Aquino foram ouvidos hoje como acusação na primeira audiência do caso

Bruna Moraes Aquino em foto publicada nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook)

Ciumento, condutor e abusivo foram as características que os familiares da jovem Bruna Moraes Aquino, de 22 anos, descreveram Ewerton Fernandes da Silva, 35, acusado de matar um jovem com tiros em uma estrada vicinal do Bairro Jardim Itamaracá, em Campo Grande, em 1º de setembro de 2021.

A audiência começou às 14h e a primeira a ser ouvida por Bruna Moraes de Souza, tia da vítima. Ela começou a relembrar seu último contato por telefone com uma menina, horas antes de ser assassinada. Bruna disse que não tinha muitas informações do atentado, pois tudo que sabia era só porque Everton contou. Sobre o relacionamento da sobrinha, a mulher também disse que não conversou com um jovem sobre o assunto.

“A Bruna nunca me contornou do relacionamento. Só me contava o que acontecia com ela, do dia dela. Contou do atentado que durou no domingo, mas só sei o básico. E tudo sobre o que aconteceu no homicídio é pelo que ele conta”, disse.

A segunda pessoa a ser ouvida foi Rayane Gabriele Moraes dos Santos, irmã da vítima. Apesar de ter sido bem rápido, Rayane trouxe detalhes do relacionamento de Ewerton e Bruna.

“O que eles não tinham era namoro. Eles eram ficantes. Mas eram ficantes bem perturbados, era um relacionamento tóxico ou que eles tinham. Ele sempre tentou controlá-la, escondeu o celular que tinha acabado de ganhar, clonou o aparelho dela para poder cuidar do que ela estava fazendo”, comentou. “Ele era ciumento, possessivo e tudo o que você pensa. A minha irmã terminou com ele, mas ele correu atrás para voltar. Não a deixava viver a vida dela. Nunca aceitei o fim”, finalizou.

Durante todos os depoimentos, as testemunhas relembraram o atentando que Bruna sofreu dois dias antes de ser morta. O jovem estava em uma casa noturna e, após Ewerton arrumar confusão no local por ciúmes, o casal teve de sair do local. No caminho, o carro em que eles estavam e foi dirigido por Bruna foi seguido por uma moto que fez um tiro e acertou a nuca de Bruna, que depois disso procurou o hospital sozinho.

O último depoimento prestado foi de Jade Andrielle Moraes de Souza, prima da vítima, que também contou pouca coisa sobre o dia em que Bruna foi assassinada na estrada vicinal da região do Jardim Itamaracá.

Em depoimento a Jade contorno das ameaças e agressões que viu Bruna sofrer no tempo em que morou na casa da prima. “Durante esses 20 dias que vivi lá, eu vi o Ewerton dar uma tapa na cara da Bruna. Disse que iria denunciar e ele me ameaçou, falando que iria acabar com a minha vida e a vida do meu filho. Ele ameaçou algumas vezes na minha frente, dizendo que iria acabar com a vida dela”, pontuou Jade.

A audiência acabou rápida, Ewerton, que está preso desde o dia oito de novembro do ano passado, não foi autorizado para entrar na sala porque as testemunhas não quiseram ele por perto. A fez defesa o pedido oral para o juiz libertar a tornozeleira para o acusado, para ele seguir o processo em liberdade dessa forma. Responsável pelo caso, o juiz Carlos Alberto Garcete ordenou a defesa fazer a solicitação escrita para ele analisar.

Ó caso – Desde outubro de 2022, o crime, que era tratado apenas como homicídio qualificado e que tinha duas vítimas, passou a ser investigado como feminicídio e a segunda vítima e sobrevivente teve a prisão preventiva pedida à Justiça. O juiz Carlos Alberto Garcete determinou a captura de Ewerton após ser informado de que a até então principal testemunha do atentado havia “fugido”.

Para a investigação, o autor pode ter sido movido por ciúmes, posse, queima de arquivo ou vingança. Como não há confissão, a motivação não ficou clara. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que deu parecer favorável à prisão, afirma que se tratou, na verdade, de “um crime grave, ardiloso, armado por Ewerton”.

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