O jornalista canadense Renaud Philippe e a cineasta e antropóloga Ana Carolina Mira Porto. (Foto: Ruy Sposati/Cimi)

O ataque à equipe jornalística canadense em Mato Grosso do Sul nesta semana está sendo alvo de repúdio por 10 organizações nacionais, que cobram aos autores, ainda não identificados. O grupo formado pelo jornalista canadense, Renaud Philippe, 39 anos, pela antropóloga Ana Carolina Mira Porto, 38, e pelo engenheiro florestal Renato Farac Galata, 41 foi atacado por pistoleiros na noite de terça-feira (21), próxima a área de retomada da Fazenda Maringá, em Iguatemi, a 466 km de Campo Grande.

As Defensorias Públicas da União (DPU) e de Mato Grosso do Sul (DPE-MS) acompanham o caso, que passou a ser investigado pela Polícia Federal, já que o fato ocorreu em contexto de disputa de terras envolvendo comunidades indígenas e em razão desse conflito. O trio realizou a captura de imagens para um documento sobre as comunidades indígenas.

A Embaixada do Canadá no Brasil foi procurada pela Agência Brasil e informou que já foi comunicada de que um cidadão canadense foi agredido em Mato Grosso do Sul. “Funcionários consulares no Brasil estão em contato com os indivíduos e prestam assistência consular. Devido a considerações de privacidade, nenhuma informação adicional poderia ser fornecida.”

Em nota conjunta divulgada ontem, dez entidades nacionais afirmam que as ocorrências são graves e evidenciam “a violência a que os povos indígenas vêm sendo sofridos em Mato Grosso do Sul”.

Segundo a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), horas antes de Ana, Philippe e Galata serem agredidos pelo grupo de desconhecidos, dois indígenas, moradores da área que os guarani kaiowás chamam de Terra Indígena Pyelito Kue/Mbaraka´y, em Iguatemi , foram considerados desaparecidos. A dupla foi posteriormente encontrada ferida, mas, por segurança, como entidades indígenas não divulgaram seus nomes.

Além da Apib, assinam a nota divulgada nesta sexta-feira pelas associações Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Brasileira de Antropologia (ABA); Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul; Conselho Indigenista Missionário (Cimi); Comissão Pastoral da Terra (CPT Nacional); Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM); Campanha Contra a Violência no Campo; Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (Olma) e as comunidades guarani kaiowá por meio da Aty Guasu.

“As entidades que assinam esta nota manifestam solidariedade aos profissionais que foram covardemente agredidos e reafirmam o compromisso com a defesa dos direitos dos povos indígenas”, afirmam as organizações. (Com Agência Brasil)

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