Dubai – Tal como tem sido cada vez mais encontrado no trato digestivo dos peixes, o plástico também se tornou um intruso na alimentação dos camelos. Uma pesquisa nos Emirados Árabes Unidos descobriu que muitos desses animais morreram porque comiam lixo plástico no deserto. Um projeto no país, apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), quer tentar contrariar esta situação.

Wernery com o camelo feito de plástico reciclado

A campanha “O Camelo Perdido” do Banco de Desenvolvimento dos Emirados (EDB) deu início aos trabalhos para mudar esta situação durante a COP28 e apresentou no seu stand uma escultura de um camelo gerada por inteligência artificial, impressa em 3D e feita a partir de resíduos plásticos recolhidos no deserto. Dentro do camelo com paredes treliçadas há uma pilha de plástico onde ficaria o sistema digestivo do animal.

A iniciativa visa chamar a atenção do público da COP28, gerando o resultado pretendido – educar a população sobre o assunto, conscientizando para que não joguem mais resíduos no deserto, habitat do camelo. O colombiano Diego Florez, chefe de inovação da empresa de publicidade e marketing Livingroom, que desenvolveu a campanha para a EDB, disse que ela se originou de uma pesquisa sobre o tema realizada pelo veterinário Ulrich Wernery relacionando a mortalidade de camelos ao consumo de resíduos plásticos. (Na foto de abertura, Wernery com a escultura.)

Florez e a diretora de arte sênior da Livingroom, Megan Fowkes

A ideia de trazer o assunto à tona sinergizou com o banco dos Emirados, que tem como um dos seus princípios orientadores garantir um mundo para amanhã. Florez disse que as pessoas montam acampamentos e churrascos no deserto e jogam plásticos, que ficam mais longe. Os camelos os comem e morrem. “Essa é uma campanha para educar as pessoas para que vejam que não se pode jogar mais plástico no meio ambiente”, disse ele à ANBA.

Florez explicou que a campanha se chama “O Camelo Perdido” como símbolo dos camelos perdidos no deserto por causa do plástico. A iniciativa foi apresentada primeiro na COP28, mas posteriormente o banco realizará uma campanha mais ampla, com outros meios de comunicação e sensibilização nas escolas.

Wernery é o diretor científico do Laboratório Central de Pesquisa Veterinária (CVRL), fundado pelo Xeque Mohammed Bin Rashid Al-Maktoum. No estande da EDB na COP28, ele relatou que o consumo de plástico pelos camelos foi percebido durante a autópsia para detectar a causa da morte dos animais. Ele disse que investir e apoiar a educação é a solução para esse problema. O veterinário é reconhecido pelas pesquisas no diagnóstico de doenças em camelos, e a CVRL também está na vanguarda das pesquisas com o animal.

O jornalista viajou a convite da Embaixada dos Emirados Árabes Unidos no Brasil

Traduzido por Elúsio Brasileiro

Isaura Daniel/ANBA
Isaura Daniel/ANBA
Isaura Daniel/ANBA

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