Marcos Carrieri
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São Paulo – As exportações de aves do Brasil para os países árabes deverão sustentar o desempenho deste ano em 2024 e aumentar os embarques para novos destinos. Em entrevista coletiva em São Paulo para apresentar o desempenho do setor em 2023 e as perspectivas para 2024, o lobby da carne ABPA também estimou uma expansão de 6,8% nas exportações totais de aves, para 4,6 milhões de toneladas este ano. A projeção é que a receita estabilize em US$ 8,978 bilhões. (Na foto acima, uma fábrica de processamento de aves).

Segundo dados divulgados pela ABPA, o maior importador de aves brasileiras foi a China, que aumentou as compras em 28% em relação a 2022, para 632,2 mil toneladas. Seguiram-se os Emirados Árabes Unidos, que importaram 396 mil toneladas, uma queda de 3,3% em relação ao ano passado. A Arábia Saudita ficou em quarto lugar e aumentou suas compras em 7,2%, para 337,4 mil toneladas, logo atrás do Japão. O destaque entre os países árabes foi o Iraque, que este ano apareceu entre os dez principais destinos da carne de frango brasileira, com um aumento de 184% em relação ao ano passado, para 137,6 mil toneladas.

Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o aumento das exportações para o Iraque se deve à queda na produção e nas exportações da Turquia, que sofreu um grande terremoto em fevereiro. Santin disse que as perspectivas de exportação para o próximo ano são positivas, uma vez que os países árabes do Oriente Médio e Norte da África (MENA) já são importantes compradores dos produtores brasileiros.

“O balanço deste ano é positivo – o mercado árabe é um dos principais para o Brasil, com 32% das vendas. Foi muito positivo e pode continuar crescendo”, disse Santin. “Vemos boas oportunidades para toda a Ãfrica, especialmente para a Argélia†, disse o diretor de mercados da ABPA, Luis Rua. Em 2023, o setor comemorou a abertura do mercado argelino para as aves brasileiras e a redução tarifária no Egito. Rua comentou que, para 2024, a ABPA está negociando a abertura do mercado sudanês e de outros países não árabes e resolvendo litígios internacionais.

Para o próximo ano, a ABPA espera um crescimento de 3,7% para todo o setor de produção avícola, para 15,3 milhões de toneladas. As exportações poderão atingir até 5,3 milhões de toneladas, uma expansão de 3,9%.

“Prevemos o Brasil com exportações vigorosas, os Estados Unidos com crescimento, a União Europeia com estabilidade e a Turquia voltando a crescer. As perspectivas para 2024 continuam otimistas para a avicultura brasileira”, disse Santin.

Pato e ovos

A ABPA também divulgou o desempenho dos setores de ovos e outras aves. Entre elas, as exportações para o Catar, quinto principal destino dos ovos brasileiros, totalizaram 953 toneladas, queda de 11,8%. Para os Emirados Árabes Unidos, a queda foi de 80%, para 859 toneladas. Para a Arábia Saudita, as vendas subiram 113%, para 288 toneladas. Os três países registraram aumento nas importações de pato do Brasil.

Santin também comentou no encontro que o Brasil continua livre de casos de gripe aviária em sua cadeia produtiva. Houve um total de 150 casos no país, dos quais 147 foram notificados em aves selvagens e 3 em aves de consumo de subsistência.

Traduzido por Elúsio Brasileiro

ANPr/Sindiavipar

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