Famílias paradas na calçada enquanto guardas civis metropolitanos cuidam do outro lado da rua (Foto: Geniffer Valeriano)

Na tarde desta quarta-feira (15), famílias que estavam tentando invadir uma área pública da Prefeitura de Campo Grande, no Jardim Tijuca, acusaram a Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) de tomar os proprietários pessoais e devolver só mediante apresentação da nota fiscal.

Desde domingo (12), 80 pessoas seguiram para o local, depois de terem sido informadas, por meio de pedido judicial, que fizeram que saíssem do condomínio Nova Alvorada, conhecido como “Carandiru do São Jorge da Lagoa, que também foi invadido há anos .

Eles têm 60 dias para deixar o imóvel, que conta com 16 apartamentos, ainda sem revestimento. A construção já foi condenada pelo Corpo de Bombeiros por risco de desabamento.

Depois disso, as famílias chegaram na nova área e limparam o terreno baldio para montar barracos. A Guarda Civil Metropolitana conseguiu retirá-las e ficou de plantão até segunda-feira (13) da manhã, mas elas seguem firmes na calçada, ainda na tentativa por um espaço.

Terreno da Prefeitura de Campo Grande, no Jardim Tijuca, que as famílias querem invadir (Foto: Geniffer Valeriano)
Terreno da Prefeitura de Campo Grande, no Jardim Tijuca, que as famílias querem invadir (Foto: Geniffer Valeriano)

O desossador, Luiz Fernando Batista, de 28 anos, foi um dos que teve os pertences adquiridos.

“É a segunda vez que levamos nossas coisas. Estávamos na calçada e eles chegaram tirando tudo, e falando que iam levar tudo o que estava ali e se quiséssemos que apresentássemos uma nota fiscal, se não iriam jogar tudo fora”, disse.

Luiz conta que tem quatro irmãos, sendo três menores de idade. Os pequenos moram com a avó, por enquanto, e ele e o outro irmão estão na casa de um amigo, mas a família está pedindo a desocupação.

“Estou tentando entrar no terreno para conseguir uma casa para mim e outros três irmãos que são menores, e meu outro irmão mais velho que mora junto comigo na casa de um amigo”, completou.

Tatiane da Silva, de 36 anos, está desempregada. Ela é mãe de quatro meninas, de 4 anos, 7, 12 e 14.

“Levaram tudo que era nosso, até as doações. Antes do pessoal chegar, os ‘guardinhas’ avisaram que a Emha estava vindo conversar e pediram para a gente se reunir, mas quando eles chegaram já estavam levando tudo. A gente queria que eles (Prefeitura) cedessem esse lugar para ficarmos ou então dessessem um aluguel social”, lamentou.

Ela e as filhas moraram de favor na casa da avó, pois quando se divorciaram conseguiram comprar uma casa, que acabou sendo invadida, segundo Tatiane.

Nesta quarta-feira, cerca de 20 pessoas ainda estão no local, e disseram que só vão sair da calçada caso haja diálogo com a gestão municipal. Ó Notícias Campo Grande entrei em contato com a Emha e aguarda o retorno.

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