Homem que esfaqueou Bolsonaro era um lobo solitário, reafirmam federais

A Polícia Federal brasileira concluiu o seu relatório final sobre a tentativa de assassinato de 2018 contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, reafirmando as conclusões de duas investigações que afirmam que o seu agressor agiu sozinho e não participou em nenhuma conspiração mais ampla para assassinar o líder da extrema direita.

Em setembro de 2018, enquanto fazia campanha para presidente na cidade de Juiz de Fora, no sudeste, Bolsonaro foi esfaqueado no abdômen por Adélio Bispo. Ele quase morreu e teve que passar por diversas cirurgias desde o ataque, ainda sofrendo danos intestinais persistentes.

O incidente gerou teorias de conspiração de esquerda e direita.

Seus detratores sugeriram que todo o incidente foi encenado para ajudar sua candidatura presidencial. Na época, Bolsonaro liderava todas as pesquisas, mas sua popularidade foi afetada após vários ataques de outros candidatos e um fraco desempenho no debate. Após a tentativa de assassinato, outros candidatos presidenciais abstiveram-se de confronto direto com ele. Preservado do escrutínio, Bolsonaro alcançou uma vitória esmagadora no segundo turno de 2018.

Bolsonaro e os seus apoiantes, por outro lado, têm divulgado teorias não comprovadas sobre o facto de Bispo ter alegadamente agido em nome de partidos políticos adversários.

O ataque com faca tornou-se um marco no discurso político de Bolsonaro. Em 2022, lançou sua campanha oficial à reeleição em Juiz de Fora, onde afirmou ter “renascido”.

O Sr. Bispo foi preso imediatamente após o ataque e está preso desde então. Ele foi declarado inocente devido a doença mental. No início deste ano, um juiz ordenou sua transferência para uma instalação diferente em seu estado natal, Minas Gerais.

“A Polícia Federal concluiu que houve apenas um responsável pelo ataque, que já foi condenado e preso”, afirmaram os federais no comunicado divulgado hoje.

“Foram descobertos outros possíveis crimes”, acrescenta o comunicado, relativo a um dos advogados do Sr. Bispo, “mas sem qualquer ligação” com o ataque com faca.