Pessoas com mais de 50 anos afirmam que o acesso à informação foi fundamental para combater o mosquito

Idosos aguardando atendimento no evento “Todos em Ação– a Prefeitura Mais Perto de Você”, neste sábado (2), no bairro Portal Caiobá (Foto: Alex Machado)

No começo, tudo era virose. A descoberta da dengue há quatro décadas e mesmo assim a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti continua existindo.

Para as pessoas com mais de 50 anos que acompanham a evolução do conhecimento sobre o vetor, lidar com o vírus é sinal de que a sociedade não se conscientizou.

Idosos que participaram do “Todos em Ação – a Prefeitura Mais Perto de Você”, neste sábado (2), no bairro Portal Caiobá, foram questionados pelo Notícias Campo Grande sobre a guerra travada contra a doença até os dias de hoje.

Dona Iara ressalta que informação foi fundamental para combater o mosquito (Foto: Alex Machado)
Dona Iara ressalta que informação foi fundamental para combater o mosquito (Foto: Alex Machado)

Para dona Iara Santana, 64 anos, o acesso a informações sobre a dengue foi essencial para ajudar a combater o mosquito.

“No começo não tinha tanta informação. As pessoas não sabiam o que era dengue. Toda vez que alguém ficou doente, essas dores no corpo, febre alta e os sintomas que a dengue apresenta, quando nenhum médico falou que era virose. Quando era grave, a pessoa ficava internada, demorava dias para saber o que era, porque aqui não tinha laboratório aqui. Tinha que esperar o exame vir de São Paulo”, relembra.

Ela pegou dengue em 2005 e desde então começou a pesquisar como se cuidar para não ter mais doença. “Somente dez anos depois, em 2015, lembro que as ações de prevenção e cuidados com o terreno foram realizadas. Hoje estamos num impasse, pois ganhamos informação, mas ainda estamos lutando contra a dengue. Não dá para falar quem ganhou e quem perdeu essa guerra”.

Família de Gilmar pegou a doença quando a epidemia chegou ao Mato Grosso do Sul, em 1987 (Foto: Alex Machado)
Família de Gilmar pegou a doença quando a epidemia chegou ao Mato Grosso do Sul, em 1987 (Foto: Alex Machado)

O mestre de obras, Gilmar da Silva, 58 anos, lembra que em 1987 ele e toda a família pegaram dengue. “O que eu sabia dessa doença era do disse, me disse. Nada muito concreto. Até porque, nem a ciência sabia o que era. Na época todos em casa pegaram a doença. Parecia uma virose muito forte. Como diziam, uma gripe mal curada”.

A informação chegava pela rádio, sempre com dados nacionais. “Não tinha nada regionalizado. A gente só suspeitava que tinha pegado dengue. Agora que a gente tem informação, mas mesmo assim as pessoas não continuam acreditando na dengue. A minha casa eu coloco areia nos vasos de flor e não tem nada no quintal que possa acumular água parada. Só que não adianta nada eu cuidar da minha área, sendo que do lado tem um terreno baldio. Ninguém ganhou essa guerra. A gente continua lutando”.

Dona Maria Aparecida lembra que as primeiras informações sobre a dengue foram repassadas pelos ex-patrões (Foto: Alex Machado)
Dona Maria Aparecida lembra que as primeiras informações sobre a dengue foram repassadas pelos ex-patrões (Foto: Alex Machado)

Foi através dos patrões que a dona de casa, Maria Aparecida Pimenta, 63 anos, ficou sabendo da doença, há 20 anos.

“Os patrões tinham informação e sabiam. Eu mesmo não tinha acesso à informação. Já tive dengue hemorrágica. O primeiro sintoma foi febre muito forte e o corpo ficou com manchas vermelhas. Procurei o posto de saúde e falaram que era virose. Meu patrão explicou que pelos sintomas era dengue. Informações eram por terceiros, não tinha acesso à internet e televisão. Agora eu sei tudo sobre a dengue”.

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