Estudante segura prova do Enem após aplicação do exame (Foto: Site Foto Pública)

Há 32 anos ministrando aulas de português para concursos, Rossine Benício Rodrigues reforça que de fato não há fórmula mágica para nenhuma prova, tampouco para o exame inédito do CNU (Concurso Nacional Unificado), apelidado popularmente como “Enem dos Concursos”. Para ele, o que vai diferenciar os candidatos é a capacidade de interpretação de texto. Na reta final, a dica de ouro do professor é fortalecer os estudos com auxílio das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Ele explica que o exame, que será realizado neste domingo (5), pode ser uma versão mais complexa da prova aplicada a pessoas que desejam ingressar nas universidades do país. Mas, apesar das diferenças, Rossine acredita que as questões do Concurso Unificado ainda serão amparadas no estilo interpretativo da prova do Enem.

“Se eu fosse fazer essa prova, na minha área de português, pegaria as provas antigas do Enem do ensino médio mesmo, são questões de interpretação, de quem lê muito. Às vezes o texto é até científico, mas ele quer alguém que interprete e isso que a prova quer, alguém que consiga ler uma tira, um anúncio, uma matéria de jornal de maneira crítica. Talvez tenha uma questão de acentuação e crase, mas seria mais interpretação.”

O professor acrescenta que o candidato que estiver atento a questões globais, como assuntos envoltos à geopolítica, política, economia e temas sociais, deve sair bem na prova. Ele aponta que como o concurso é novo e, provavelmente, não deve ser feito anualmente pelo número de vagas disponíveis neste ano, o imediatismo dos alunos pode ter atrapalhado.

Conforme Rossine, a procura continua constante até mesmo na reta final para o concurso. “Os alunos são muito imediatistas, o trabalho não se dá assim, preciso de pelo menos seis meses para colocar o conteúdo na cabeça de um aluno. É uma gestação. Eu trabalho a longo prazo, não pego em um aluno que quer se inscrever por uma semana. O aluno precisa conhecer a banca, o conteúdo, isso leva tempo. É uma construção”.

Rossine Benício Rodrigues, professora de português para concursos (Foto: Redes Sociais)
Rossine Benício Rodrigues, professora de português para concursos (Foto: Redes Sociais)

Correda injusta – O professor ressalta que se matar de estudar nos últimos dias não vai fazer milagre e que a competição é injusta para aqueles que se dedicam totalmente aos concursos públicos e para aqueles que precisam trabalhar e estudar.

“Tem tudo a questão de que ele precisa trabalhar, não tenho dinheiro. O ideal era apenas se dedicar ao estudo, mas o perfil do brasileiro não é esse, é trabalhar o dia inteiro e estudar de noite. Geralmente, os alunos descansam antes da prova, existem alunos que vão passar o sábado em revisões, on-line e presenciais, vão em aulões. Se o aluno está em uma preparação muito forte o aulão é importante pra ele, agora se ele nunca estudou assim não serve para nada o aulão, vai gastar dinheiro à toa.”

Rossine comenta que a concorrência é grande para o Enem dos Concursos e que cada ponto ganho ou perdido pode significar uma colocação significativa. Sem desmotivar os alunos, mas sem deixar a experiência de voz na área, ele afirma que o processo de aprovação em concursos está demorado.

“O que o aluno tem que entender é que é um processo de estudo de anos, é complicado. Eu deduzo que essa prova vai exigir uns cinco anos para alguém que não estuda conseguir passar, que trabalha e só consegue dedicar poucas horas aos estudos. Fato agora é não desesperar.”

A média de alunos atendidos pelo professor é 100. As aulas são presenciais e as turmas são divididas pelo grau de conhecimento, como turma iniciante e avançada. “Novamente, o aluno é imediatista e quer trabalhar em cima do edital. Alguns ficam e esses que ficam são os primeiros apresentados. Tenho alunos de 4 anos. Eles ficam estudando para avançar na carreira e mudar de concurso. O que aparece muito é policial, enfermeiro e professor”.

Concurso – As provas serão aplicadas neste domingo, em 228 cidades do país. No Mato Grosso do Sul, as provas serão realizadas em quatro cidades: Campo Grande, Corumbá, Dourados e Três Lagoas. De acordo com o Ministério da Gestão e Inovação, serão 53 locais de aplicação e 1.079 salas em todo o Estado.

São 21.538 inscritos para fazer o exame em Campo Grande, 7.739 em Dourados, 2.611 em Corumbá e 2.561 em Três Lagoas. Ao todo, o CNU tem 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. A Universidade Católica Dom Bosco, em Campo Grande, liderou como o principal local de aplicação, com 5.864 candidatos.

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