Discussão que começou na Assembleia Legislativa, motivou recolhimento de exemplares de ‘O Avesso da Pele’

Imagem de divulgação do livro ilustrando capa do exemplar (Foto: Divulgação)

Maioria dos deputados estaduais que levantaram a discussão que descobriu o recolhimento do livro “O Avesso da Pele”, não concordaram com a decisão da SED (Secretaria de Estado de Educação) de devolver os exemplares para as escolas da REE (Rede Estadual de Ensino).

Desde ontem, todas as unidades começaram a receber novamente o material, com “orientações pedagógicas” para o uso. No entanto, a pasta não detalhada como o material será trabalhado na sala de aula.

O deputado estadual Rinaldo Modesto (Podemos) que apresentou o pedido de recolhimento ficou surpreso com a decisão. “Você conversará com o governo para ver qual foi o encaminhamento. O próprio governador falou para mim que iria retirar. Eu continuo entendendo que existem mais de 70 obras que tratam desse tema. Respeito quem pensa diferente, mas ter um livro com aqueles adjetivos, não tem ponto de vista didático”, justificou.

Ele mensagens invejosas para o secretário de Estado de Educação, Hélio Daher, questionando os motivos de ‘voltar atrás’ da decisão, mas não tinha recebido uma resposta. “Vou conversar com secretário a respeito. Porque para mim, o livro é mais para contos eróticos”, acrescentou Modesto.

Para a deputada Lia Nogueira (PSDB) a decisão também foi errada. “Não é um livro protegido para crianças de até 12 anos. Não deveria ser disponibilizado em bibliotecas públicas. Seria algo em biblioteca privada, que os adultos possam ter acesso”.

O vice-líder do governo, Pedro Pedrossian Neto (PSD) provocou os autores da decisão. “Se os defensores da devolução tiveram coragem de ler o trecho em plenário, mantenham a coragem de ler na sala de aula. Está além, não é adequado. É um erro”.

A opinião é a mesma do deputado estadual Zé Teixeira (PSDB). “Aquele livro pelo trecho que eu li, não é sobre descrição de pele, é um despreparo para dar uma criança que não está preparada para aquilo. Ou tirar essa parte polêmica, que não é saudável”.

Neno Razuk (PL) endossou uma crítica. “Já foi retirado e não deveria ter voltado. É prejudicial e um erro retornar às escolas, por conta do conteúdo e palavras usadas. Não é educativo. O trecho é suficiente para o livro ser banido”

Já Roberto Hashioka (União Brasil) ponderou sobre o trabalho da equipe que tomou a decisão de devolução. “Se a secretaria tomou essa decisão é porque foi através de uma análise profunda sobre o tema. Acolho o que os técnicos da pasta decidiram”.

Único favorável de forma declarada com a atitude do governo, presente na sessão desta quarta-feira (24), o deputado estadual Pedro Kemp (PT), elogiou a decisão.

“Foi acertada. A secretaria teve o bom senso de disponibilizar o livro porque já passou por uma comissão de especialistas do MEC (Ministério da Educação) e ele recomendou o livro. É excelente o livro. Por conta de um trecho do livro que faz referência a uma relação sexual as pessoas acham que o livro poderia ser inadequado. Esse debate prejudicou uma análise do livro como um todo. Ele trata de racismo. A secretaria dá oportunidade de o livro ser debatido de forma racional e sem paixões”, elogiou.

O assunto também foi defendido por Paulo Duarte (PSB). “Houve um recrutamento para acima de 18 anos, foi estabelecido que essa devolução é importante. Mas algumas coisas têm que se buscar estabelecer limites. Muita gente discutiu sem nem ter lido. Eu li e tenho uma página do ponto de vista mais agressiva. Mas eu digo que o Legislativo deve interferir menos na vida das famílias, quem deve definir limites são os pais. Se discute hoje muita pauta moral”.

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