Foram cumpridos 10 mandatos de prisão e casa de deputado estadual foi alvo de buscas

Major Gilberto Luiz dos Santos é reserva remunerada da PM desde 2017 (Foto: Reprodução)

A Operação Successione – agressão contra o jogo do bicho em Mato Grosso do Sul – prendeu o major Gilberto Luiz dos Santos, o “Major G. Santos”, e o sargento Manoel José Ribeiro, conhecido como “Manelão”, ambos da reserva da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. A operação foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Foram cumpridos, ao todo, 10 mandados de prisão na manhã desta terça-feira (5). O Gaeco também apreendeu dois celulares, um tablet e uma pistola do deputado estadual Neno Razuk (PL). Assessores dele também foram presos.

O grupo está ligado ao jogo do bicho, segundo a investigação. Em outubro deste ano, o Major G. Santos e Manelão foram encontrados com a “turma do baralho”, num imóvel no Bairro Monte Castelo. Lá, foram aprendidas 700 máquinas de apostas. Os militares chegaram a serem prorrogados para a delegacia, mas foram liberados.

G Santos, na época da bandeira, era funcionário da Assembleia Legislativa, lotado no gabinete de Neno Razuk, desde 2019.

Viaturas saindo do condomínio Damha III, em Campo Grande.  (Foto: Reprodução/Campo Grande News)
Viaturas saindo do condomínio Damha III, em Campo Grande. (Foto: Reprodução/Campo Grande News)

Os dois PMs aparecem juntos no episódio que aconteceu em 1997, em Dourados. Conforme noticiado pelo Dourados News, residente no antigo GOF (Grupo de Operações de Fronteira), que foi comandado pelo Coronel Adib Massad, e depois foi transformado no atual DOF (Departamento de Operações de Fronteira), os dois foram acusados ​​de homicídio qualificado, com agravante de ação de extermínio. Mas, em março de 2009, foram absolvidos no júri popular, porque os jurados entenderam que os policiais agiram em defesa legítima.

“Manelão” tem ligação com outro nome vinculado ao jogo do bicho em Campo Grande. Pelo menos foi convocado para falar em defesa de Marcelo Rios, o ex-guarda civil que trabalhava para a família Name quando foi preso com arsenal, em 2019, no processo que o ex-servidor municipal respondeu por posse ilegal de armas. A ação do Garras, em maio daquele ano, desencadeou a Omertà, operação que mirou milícia armada formada para “proteger” a exploração da loteria ilegal e esquema de agiotagem.

Desde o flagrante em outubro deste ano, uma investigação sobre o jogo do bicho ficou travada e pouco foi informada posteriormente sobre os rumores da apuração. Em novembro, o titular da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira, afirmou que as apurações eram “muito avançadas”, mas, sem detalhes. “O que se sabe é que um grupo de São Paulo, principalmente, que atua no estado vizinho, veio para Mato Grosso do Sul, ocupando este espaço que ficou em branco após a operação Omertà”, disse.

Agentes do Gaeco chegando na sede do Garras.  (Foto: Marcos Maluf)
Agentes do Gaeco chegando na sede do Garras. (Foto: Marcos Maluf)

Sucessão – Na manhã desta terça-feira, o Gaeco deflagrou a Operação Successione, com o objetivo de cumprir 10 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão. Além de prender assessores do deputado, a casa de Neno Razuk, no condomínio Damha III, também foi vistoriada, sendo alvo de mandato de busca e apreensão. Policiais apreenderam com ele: dois celulares, um tablet e uma pistola.

Entre os 10 presos, quatro foram levados à sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros): um também é assessor de Neno, identificado como Diego de Souza Nunes e o outro é o filho do major G. Santos , Júlio César dos Santos. Os outros presos foram identificados apenas pelos primeiros nomes: Matheus e Valnir.

Os advogados dos presos movimentaram-se nas sedes do Garras e do Gaeco, mas pouco falaram com a imprensa. No geral, afirmaram que é necessário “se inteirar” da investigação.

Outro lado – Neno Razuk esteve na Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira e comentou sobre o cumprimento dos mandatos, afirmando que não é um criminoso. “Não tenho nenhum cambista no banca não tem nada aqui, eu acho que estão querendo jogar isso nas minhas costas”. Ele rebateu com meias palavras, decrescente que sabe como funciona a contravenção na Capital. “Eu não tenho nada com isso nada e realmente não quero procurar quem deveria procurar.”

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