Belém do São Francisco – Há 37 anos na região do Vale do São Francisco, no Sertão do Nordeste do Brasil, a Agrodan cultiva manga e hoje exporta 97% de sua colheita. O sócio fundador e CEO Paulo Dantas busca agora expandir as vendas internas de sua produção anual de 31 mil toneladas de mangas por ano.

Mangas em frigorífico da Agrodan: 97% da produção é exportada

Nos seus primeiros dias, a Agrodan investiu também nas culturas de banana e uva, mas estas não prosperaram. Dantas, que lidera a empresa familiar, expandiu gradativamente a produção de manga da empresa e investiu em novas variedades que foram desenvolvidas e melhoradas nos Estados Unidos.

No entanto, o melhoramento genético não é exclusivo das mangas. Uvas e morangos também são cruzados para oferecer o que os consumidores desejam: sabor, cor, doçura, acidez e outras características. O agricultor, que “importa” essas tecnologias, paga royalties às empresas que as desenvolvem. A alíquota costuma ser de 5 a 8% da receita bruta de vendas. E não adianta apenas replantar a semente da variedade – ela não dará frutos da mesma variedade.

Mangas para todos os gostos

Após anos de investimento e relacionamento com clientes estrangeiros, a Agrodan se globalizou, principalmente nos Emirados Árabes Unidos. Dantas diz que foi um representante francês com quem já trabalhou que o ajudou a “deixar” a Europa. A primeira exportação da Agrodan foi em 1991. A empresa havia sido fundada quatro anos antes pelo pai de Dantas, mas com grande incentivo do filho.

Cimentado no mercado externo, Dantas quer ganhar mercado dentro do Brasil. Por isso, busca atrair cada vez mais o paladar dos clientes brasileiros e difundir no mercado interno a manga que pode ser comida de colher. A empresa trabalha com quatro variedades de manga – Kent doce e avermelhada; Keitt doce, ligeiramente ácido e com baixo teor de fibras; Palmer avermelhado e firme; e Tommy rico em fibras, o mais firme de todos.

“O tom avermelhado da casca é resultado do bronzeamento da manga pelo sol. Mangas verdes que ficam na sombra não são tão atraentes”, afirma. Para que a manga fique bronzeada, mas não queimada, ela é tratada com uma espécie de protetor solar feito de cera natural enquanto cresce. A fazenda foi projetada para que as árvores recebam maior incidência de insolação tanto nas fazendas do interior quanto nas ilhas do Rio São Francisco.

Depois de colhidas, as mangas seguem para o frigorífico, onde são embaladas, pesadas, examinadas e resfriadas para posterior distribuição. “Temos os maiores frigoríficos do Brasil. Em todo o mundo, Israel tem um maior que usa até robôs. Mas se eu usar um robô, causaria desemprego, e não quero isso”, afirma o empresário numa região onde o cultivo de frutas – principalmente manga e uva – gera 120 mil empregos diretos e 480 mil indiretos.

Do pomar à sala de aula

Mas Dantas acredita que a atuação da Agrodan deve dar frutos além das lavouras. Dentro de uma de suas fazendas, no município de Belém do São Francisco, a 230 quilômetros de Petrolina, em Pernambuco, a empresa mantém a Escola Professora Olindina Roriz Dantas, em homenagem à mãe de Dantas, com 371 alunos.

O orçamento para construção da escola veio da Agrodan, mas foi uma iniciativa pessoal de Dantas. “Pedi aos meus irmãos que usassem parte do dinheiro da empresa para construir a escola”, diz ele. “A escola é o maior resultado da Agrodan, o seu maior patrimônio”, completa.

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Vale do São Francisco: terreno fértil para exportações
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O jornalista viajou a convite da CNA

Traduzido por Guilherme Miranda

Rafael Vieira/Fornecido CNA
Rafael Vieira/Fornecido CNA

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