O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) criou um grupo de trabalho em desenvolvimento propor uma iniciativa nacional para tecnologias quânticas. Entidades ligadas à pesquisa científica participam dos debates. A portaria que cria o grupo de trabalho foi publicada no Diário Oficial da União na última terça-feira (21) e entra em vigor no próximo dia 3 de junho.
Segundo o texto, a prioridade das atividades será a independência tecnológica no setor, tendo em vista, além disso, a segurança cibernética e os campos de semicondutores e nanotecnologia, entre outros. Entre as atribuições, está esboçar as políticas públicas para o país competir no campo de tecnologias quânticas, levantando parceiros, lacunas e oportunidades.
O grupo de trabalho será coordenado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital, ligada ao MCTI. Outros órgãos também participaram das discussões:
- Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos
- Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)
- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
- Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii)
- Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF)
- Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)
- Laboratório Nacional de Computação Científica.
O prazo para apresentar a minuta com as propostas é de um ano. Centros regionais de competência e acordos bilaterais com países estão entre as ideias. Além disso, o grupo de trabalho terá que ouvir outros ministérios e propor fontes de recursos para financiar suas propostas.
O Brasil já tem alguns projetos nesta área. Em 2021, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e professores de instituições como Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desempenho a Tecnologias de Informação Quântica (Quintec). O objetivo é conectar a pesquisa acadêmica a empresas e fomentar a criação de startups.
Em 2023, o MCTI e a Embrapii anunciaram investimentos de R$ 60 milhões no centro de tecnologia quântica do Senai Cimatec, de Salvador (BA).
Empresas e governos investem em tecnologias quânticas
Como observar o TeleSínteseas tecnologias quânticas despertam interesse de empresas (como Alibaba, IBM, Intel, Google e Microsoft, por exemplo) e governos (China, Estados Unidos, Reino Unido e Coreia do Sul, para citar apenas alguns).
A expectativa é que essas tecnologias possam levar adiante a miniaturização de componentes e a busca por eficiência energética.
Em 2019, o O Google anunciou que havia atingido a chamada supremacia quântica com seu computador quântico Sycamore. Isso significa que ele conseguiu resolver um problema que jamais seria solucionado por um computador tradicional em um tempo razoável.
Desde então, um Universidade de Ciência e Tecnologia da China a empresa canadense Xanadu declararam ter atividades feitas superiores ao Sycamore.
Mesmo com o avanço tecnológico, a computação quântica ainda não encontrou muitas práticas práticas. Ó Google criou até mesmo um concurso para premiar quem der ideias de algoritmos para resolver problemas do mundo real usando estas máquinas — e as propostas nem precisam funcionar.
Com informações: TeleSíntese, Sociedade Brasileira de Física