Noburu tem 10 anos e mora no Brasil com uma curiosidade crescente em torno de sua herança japonesa. Com um entusiasmo curioso, ele se aproxima de seu avô Hideo, relutante em compartilhar histórias de seus anos difíceis de assimilação em um novo país. Os dois iniciam uma árdua jornada rumo à reconexão e aprendem lições críticas um sobre o outro no processo.

“Meu Avô é um Nihonjin” é escrito por Rita Catunda, baseado no romance popular de Oscar Nakasato, e dirigido por Celia Catunda. O filme de animação incorpora a cultura japonesa por meio de animação 2D que apresenta um mundo íntimo de personagens vulneráveis ​​e corajosos ao lado de suas lutas, uma narrativa que atrai amplamente, já que a imigração continua a ser um modo de vida para muitas famílias desenraizadas de seu país de origem.

“Quando li o romance ‘Nihonjin’ de Oscar Nakasato, fiquei profundamente comovido com a história de várias maneiras. A incrível coragem dessa viagem, nos anos 20, para um lugar tão diferente e desconhecido como o Brasil, e a infinita persistência e adaptabilidade dos imigrantes japoneses me impressionaram muito. A transformação deles, ao longo de três gerações, em que os imigrantes foram se tornando cada dia um pouco mais brasileiros”, disse Célia Catunda. Variedade.

“Como morador de São Paulo, sempre tive grandes amigos descendentes de imigrantes japoneses, o que me aproximou muito dessas histórias e das relações familiares, com toda a sua complexidade. Além disso, num momento em que a intolerância aos movimentos migratórios é tão evidente, acreditamos que a história de Hideo e Noboru poderia contribuir um pouco para mostrar a beleza e a riqueza cultural que surge do processo. O filme celebra a diversidade e a longa história de imigração e intercâmbio entre o Brasil e o Japão sem esquecer as dificuldades que os imigrantes enfrentam”, acrescentou.

Trabalhar juntos na curadoria da proposta estética e narrativa do filme foi um assunto natural e colaborativo para Celia, que notou a divergência do livro e a inspiração usada para inspirar a estética, todos conceitos fluidos que se transformaram à medida que os dois trabalharam em conjunto para finalizar o projeto.

“Rita e eu trabalhamos em estreita colaboração durante todo o processo de adaptação. O livro se aprofunda nas histórias de outros membros da família, mas decidimos focar na relação entre Noboru e seu avô, mostrando os conflitos e a transformação de ambos os personagens. A partir daí começamos a criar o storyboard, e a Rita, como roteirista, pôde fazer ajustes no roteiro ao longo desse processo”, afirmou Catunda.

“No que diz respeito ao estilo de arte e animação, nos inspiramos na obra de Oscar Oiwa, renomado pintor brasileiro-americano-japonês e filho de imigrantes japoneses. Oscar tem um trabalho único que trará para a animação essa mistura das culturas brasileira e japonesa. Esperamos que seja um filme para ser contemplado e apreciado nos mínimos detalhes, que deixe crianças e adultos emocionados com as belas imagens e com uma história forte identificada por todas as famílias imigrantes e seus descendentes”, acrescentou.

Produzido por Kiko Mistrorigo e Ricardo Rozzino do Pinguim do Brasil, o projeto participou Ventana Sul sessões de pitching em 2018 e participou este ano no âmbito do Animação! vertente Obras em Andamentooferecendo um olhar amplo sobre temas de imigração, laços familiares, assimilação e trabalho para preservar fatias de nossas respectivas culturas.

“As tradições e a cultura são aspectos essenciais das nossas vidas, desempenhando um papel significativo na formação das nossas identidades. Contudo, a identidade também não precisa necessariamente ser definida por um local; pode ser multicultural, complexo e até contraditório. Uma cultura não precisa apagar a outra, elas podem coexistir. Para Noboru e Hideo a constatação crucial é que eles não são japoneses ou brasileiros, são ambos. Então, eles aceitam e abraçam ambas as culturas como parte das suas histórias”, concluiu Catunda.

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