Moradores fecharam que a gestão municipal converse com moradores do Condomínio Novo Alvorada

Acampamento de moradores do Condomínio Nova Alvorada deve continuar até que a prefeitura converse com famílias (Foto: Henrique Kawaminami)

Moradores do Condomínio Nova Alvorada, no bairro São Jorge da Lagoa, conhecido como “Carandiru do São Jorge da Lagoa”, continuam acampados em terreno da prefeitura, no Jardim Tijuca. Segundo eles, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) saiu do local após mais de 24h de vigia, às 8h30 desta segunda-feira (13). Os agentes foram de plantão após a invasão de grupos no local. Ao todo, 80 pessoas estiveram no terreno neste domingo (12), entre elas 20 crianças.

Nesta segunda, o número de pessoas que estão no local diminuiu para 10 adultos e quatro crianças. Eles afirmam que só vão sair da calçada caso haja diálogo com a gestão municipal.

Os moradores foram até o local após serem informados, através de pedido judicial, que deixaram que saíssem do condomínio Nova Alvorada, que também foi invadido há anos. Eles têm 60 dias para deixar o imóvel, que conta com 16 apartamentos, ainda sem revestimento. A construção já foi condenada pelos Bombeiros por risco de desabamento.

Moradores se revezam para permanecer no acampamento na área da prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)
Moradores se revezam para permanecer no acampamento na área da prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)

Márcia de Souza, de 40 anos, é uma das moradoras mais antigas do condomínio. Ela comenta que a ação é uma forma de chamar a atenção da prefeita Adriane Lopes (PP). “Esse desligamento é uma forma da gente chamar a atenção da prefeita, pois logo logo chega o prazo de ser despejado essas 16 famílias não tem pra onde ir. A gente não está aqui porque a gente quer, nós porque precisamos”.

Douglas Navarro da Silva, de 26 anos, não é morador mas apoia a iniciativa dos moradores. Ele é vizinho do condomínio e tem ajudado a levar comida aos acampados.

“A polícia saiu mas organizada de plantão ontem o dia todo e durante a madrugada de hoje. Acho que eles estão esperando que as famílias montem os barracos nos terrenos para que possam aproveitar o direito deles de derrubar as casas montadas. Embora não haja reforços por parte da prefeitura. O acampamento vai continuar porque essas famílias não têm pra onde ir”.

Jocileia Ferreira da Costa, de 44 anos, mora há 9 anos no “Carandiru do São Jorge da Lagoa”. A doméstica teve que faltar ao trabalho para ficar na barraca. Pra ela, a situação é difícil e desesperadora.

"Mudança"  levanda pelas famílias para a área da prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)
“Mudança” levanda pelas famílias para a área da prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)

“A gente já procurou para alugar uma casa, mas o aluguel não fica por menos de R$700,00, isso é uma kitnet. Fora alimentação, medicamentos e contas de luz e água, a conta não fecha. A gente não tem dinheiro para conseguir sustentar uma casa sozinha.”

Segundo a moradora, ela já tentou se cadastrar em programas do governo, mas até agora não foi aceita. Jocileia mora com o marido, que também é diarista de obras e a filha, junto do gênero, que juntos têm três filhos. “Ontem recebi doação de arroz e frango para o jantar e hoje ganhei dois queijos caseiros minas e café dos moradores aqui. Agora no almoço já não tem comida”.

Guarda Civil Metropolitana em ação para impedir que moradores invadam a área da prefeitura (Foto: Juliano Almeida)
Guarda Civil Metropolitana em ação para impedir que moradores invadam a área da prefeitura (Foto: Juliano Almeida)

A reportagem entrou em contato com a prefeitura, questionando quando havia o diálogo com os moradores e para onde eles seriam remanejados, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto.

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