As relações entre o governo Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central, liderado pelo economista ortodoxo Roberto Campos Neto, nunca foram tranquilas. E nunca se esperava que o fossem.

Como parte da economia ultraliberal do governo anterior, o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro nomeou o Sr. Campos Neto para um mandato de quatro anos que termina no início de 2025. Lula, por sua vez, há muito tempo é a favor de políticas de gastos mais flexíveis — dizendo que os mercados rotulam erroneamente os gastos sociais e de saúde como “despesas” em vez de “investimentos”, e que sua única motivação é que todos os brasileiros possam comer três refeições completas por dia.

A coabitação tornou-se mais difícil agora que o Banco Central pôs fim ao seu ciclo de flexibilização monetária. Após seis cortes consecutivos de meio ponto percentual entre agosto de 2023 e maio de 2024, o Comité de Política Monetária do banco fez um corte nas taxas de apenas 0,25 pontos em maio e, na semana passada, os juros permaneceram inalterados em 10,5 por cento.

Nas atas que explicam a sua última decisão, o Banco Central deixou a porta aberta para um regresso aos aumentos das taxas se a inflação subir, e emitiu um alerta severo sobre as políticas fiscais do governo, dizendo que os gastos descontrolados teriam impacto na sua política monetária.

“Foi uma pena que o comitê não tenha cortado a taxa de juros, o povo brasileiro vai perder com isso”, disse Lula em entrevista na semana passada….

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