Estaria a Apple precisando de um rebranding? O publicitário Ken Segall certamente pensa que sim, já que, em conversa com a WIRED, ele admitiu que, apesar da empresa de Cupertino ser sustentada por “iTrecos”, usar a terceira vogal do alfabeto para nomear praticamente todos os seus produtos podem ser um “tiro no pé”.

Mas quem seria Segall, afinal? Bem…Steve Jobs o escolheu um ano, na década de 1980, para assumir as ideias de marketing e publicidade da Apple…e foi ele quem colocou o “i” em “iPhone” – uma prática que viria a se tornar uma marca da empresa , que hoje tem o “iPad”, “iMac”, “iPod”, “iOS”, “iPadOS”, e também em tecnologias anteriores, como o “iBook” e o “iSight”.

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Segundo Segall, o problema não está na marca em si. Ele sequer alega uma saturação de “iDispositivos” ou algum tipo de necessidade de mudança na nomenclatura apenas por ela própria.

O argumento é a ausência de proteção. Apesar de um “iQualquerCoisa” obviamente trazer a Apple à mente – tal é o poder do marketing de uma empresa trilionária, afinal – é fato que você não tem como proteger um prefixo de nomenclatura de produto assim. A King, antes de ser adquirida pela Activision, por exemplo, registrador experiente “Candy” (de “Candy Crush”) como uma patente sua. Obviamente, a proposta não foi em frente ao mesmo registro aprovado – agora imagine a Apple tentando fazer isso por uma única letra.

Por isso, o executivo acredita que uma mudança seja necessária:

“O ‘i’ tem que sumir. Ele já não tem mais nenhum significado. Claro, o (Steve) Jobs construiu a Apple ao redor dele, mas lembre-se, o ‘i’ sempre foi uma marca secundária. Podem haver especialistas de marketing que afirmem que a Apple seria louca de abandonar o prefixo – ele ainda está à frente de algumas das maiores marcas da história – mas ele não pode ser protegido, e por tempo demais existiram empresas com ‘i’ para coisas conectadas na internet, o que é um problema para a Apple, que é conhecido pela inovação.”

Considerando o quanto a Apple adora uma patente, Segall pode estar certo: outras linhas de produtos da empresa geralmente são prefixadas por “Apple” + o nome oficial – Maçã Visão Profissional, Maçã Assistir, Maçã televisão, até o conceitualizado-porém-abandonado Maçã Carro, por exemplo. Assim sendo, por que não é um “Apple Phone”?

Há também que se argumenta o contrário, no entanto: o “iPhone” é uma marca bastante estabelecida que, embora não possa ser integralmente protegida por uma patente (vide o imbróglio judicial há alguns anos com o Gradiente), pode contemplar seu uso em uma infinidade de empresas – e mesmo que um “iPhone” existe por outra companhia, provavelmente você vai se lembrar primeiro (isso, se não for “somente”) do smartphone da Apple.

Claro, isso seria um julgamento feito caso a caso, mas usando o caso já mencionado com a Gradiente como exemplo, o judiciário brasileiro entendeu que havia espaço para que ambas as empresas usassem a mesma marca, ainda que a natureza dos dois produtos fosse a mesma . Obviamente, a Apple saiu melhor nisso, já que o “iPhone” dela é bem mais conhecido que o “iPhone” da Gradiente (embora a Gradiente ainda esteja a fim de brigar pela marcaestamos…)

Em suma, renomear tudo pode dar um trabalho que a Apple não só não quer, mas nem precisa se dar. De repente, deixar tudo como é hoje pode ser mais benéfico para ela.

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