Honduras enfrenta graves desafios com violência e direitos humanos, relata a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Nos primeiros quatro meses de 2024, pelo menos oito defensores dos direitos humanos foram mortos, apesar de alguma protecção estatal.

A presença de gangues e organizações criminosas intensifica ainda mais esta violência. Em 2023, as condições perigosas ceifaram a vida de 17 ativistas ambientais.

A presidente Xiomara Castro respondeu à escalada da violência impondo toques de recolher em cidades como San Pedro Sula e Choloma, após um dia em que ocorreram 21 assassinatos.

A resposta do governo incluiu operações policiais intensivas com rusgas e bloqueios de estradas.

O papel crescente das forças armadas na crise hondurenha sob escrutínio. (Foto reprodução na Internet)

No entanto, a CIDH teme que estas medidas possam levar a um envolvimento militar excessivo na segurança civil, semelhante às políticas rigorosas em El Salvador.

A relatora da CIDH, Andrea Pochak, alerta que, embora as medidas de emergência possam reduzir temporariamente a violência, elas não devem se tornar uma política governamental de longo prazo.

Ela insiste que as forças militares não devem cuidar da segurança pública. A comissão está preocupada com a extensão em curso destas medidas.

Estas medidas afectam hoje quase metade dos municípios do país.

Relatório da CIDH sobre Honduras

Além disso, a CIDH destacou uma taxa de impunidade de 87% para homicídios em 2023, sinalizando falhas profundas no sistema de justiça.

Os recursos limitados e a desconfiança generalizada dificultam a capacidade do sistema de processar crimes de forma eficaz.

O relatório também relaciona os elevados níveis de pobreza e desigualdade à escalada da violência.

Desde a sua visita de 2018, as taxas de pobreza permaneceram extremamente elevadas, com 73% a viver na pobreza e 54% em pobreza extrema.

As disparidades económicas continuam a alimentar conflitos sociais e ambientais, conduzindo à violência e à instabilidade contínuas.

Apesar destes obstáculos, a CIDH elogia a disposição do Presidente Castro em enfrentar estas questões.

Este é um passo crucial para melhorar a proteção de jornalistas, defensores do ambiente e defensores dos direitos humanos.

A Comissão apela às Honduras para que abordem estas questões fundamentais para promover melhorias duradouras na segurança e nos direitos humanos.

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