Entidade alega que policiais não permitiram a atuação de três advogados na morte de Sérgio Augusto Pereira, 49

Vítima foi baleada ao lado da Fiat Strada, no início da noite de terça-feira (19). (Foto: Juliano Almeida)

Em nota pública divulgada neste sábado (23), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) informou que exigirá das autoridades competentes a rigorosa apuração dos fatos após uma acusação de desacato recebida por três advogados durante o trabalho de perícia que ocorreu na execução do agiota Sérgio Augusto Pereira, 49 anos, na noite de terça-feira (19).

Segundo o texto, a entidade alega que policiais civis e militares não permitiram a atuação profissional do grupo que não esteve envolvido no crime local.

“A Ordem não tolera qualquer violação de prerrogativas ou limitações de direitos da advocacia e envidar todos os esforços para estabelecê-los, inclusive no que tange a abuso de autoridade e crimes contra honra dos advogados, responsabilizando seus autores”, esclarece a classe seccional de Mato Grosso do Sul.

Nesta semana, a Adepol (Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul) também emitiu nota sobre o caso. Conforme a associação, a equipe de polícia chefiada pelo delegado Felipe de Oliveira Paiva, plantonista da Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário e Centro Especializado de Polícia Integrada), fez levantamentos iniciais e periciais, quando os advogados ultrapassaram a fita de isolamento.

A associação alega que eles desobedeceram a ordem legal da autoridade policial, comprometendo a preservação e coleta de vestígios e, ao final, incitando a população contra a polícia, gerando perigo de agressão aos policiais.

Ainda segundo a Adepol, foram tomadas medidas de segurança para identificação dos advogados “para que ocorra a devida investigação criminal e administrativa disciplinar, implicando a respectiva responsabilização em todas as esferas, posto que toda e qualquer violação das prerrogativas e da integridade física e moral dos delegados é inadmissível e será sempre combatida incansavelmente”.

Confusão – Segundo o boletim de ocorrência, quatro advogados chegaram à cena do crime, ignorando a fita de isolamento, afirmando que não estavam no local para acompanhar o trabalho policial. Quando uma PM (Polícia Militar) solicitou que saíssem do local do crime, causou confusão “dizendo que a polícia estava cerceando o direito deles em acompanhar as investigações”.

Um dos advogados disse que a polícia havia sido arbitrária ao entrar no imóvel, já que não era local de crime. A PM respondeu que a casa se tratava sim de uma cena de crime, onde havia arma de uso restrito e sem documentação. Os advogados insistiram em dizer que a esposa de Sérgio foi coagida a informar onde estavam essas armas.

Também disseram que o PM se apossaria de uma aliança e R$ 704 em dinheiro que estava com Sérgio no momento em que foi executado. Os parentes foram entregues à esposa, mas por causa da confusão com os advogados acabaram apreendidos e levados para a delegacia. Os fotógrafos ainda não foram identificados.

A polícia e a perícia encontraram no guarda-roupas do quarto da vítima e de sua esposa: um rifle calibre 22 e uma carabina calibre 40, armas registradas em nome de Sérgio. Também havia um fuzil calibre 5.56, com numeração legível, um carregador e 50 munições, arma sem documento de registro junto ao órgão competente e que estava penhorada por conta de empréstimo de dinheiro. Os policiais encontraram junto às armas um registro que indica que Sérgio era CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).

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